Não à passagem de ônibus a R$ 7,63 em Anápolis!

José Fernandes José Fernandes -
(Foto: Reprodução)

Nessa última semana, os reajustes das tarifas de ônibus urbanos, inclusive intermunicipais, foram um dos assuntos mais em evidência.

A empresa que tem a concessão para explorar o transporte entre as cidades de Anápolis e Goiânia, aumentou a tarifa sem anúncio prévio. Por motivos afins, a empresa que atua na cidade de Anápolis (URBAN) pediu à Agência Reguladora do Município o aumento de 79%, o que faria passagem sair de R$4,25 para R$ 7,63.

A alta do preço dos combustíveis, das peças, dos pneus e da mão-de-obra estão entre as justificativas. Há por, força contratual, previsão desse aumento. Mas 79%??

Em 2013, o Brasil registrou manifestações em protesto contra o aumento de R$0,20 da passagem de ônibus em São Paulo. Além da questão do reajuste, havia também a cobrança pela melhoria na qualidade do serviço. Seria o caso dos anapolinos reagirem da mesma forma, frente a um aumento de R$3,38?

Economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirmam que “em anos de eleição municipal, tradicionalmente, não tem aumento na tarifa de ônibus. O reajuste vem no ano seguinte”. É exatamente o que ocorre nesse momento. Eleições em 2020, aumento em 2021 !

Se essa máxima faz sentido, podemos concluir duas coisas:

1) Política e políticos influenciam diretamente! Logo, a depender do engajamento dos vereadores e da Prefeitura, via Agência Reguladora, não haverá por ora tal reajuste;

2) A concessionária se tem condições de suportar financeiramente a empresa em anos eleitorais não reajustando, porque não suportar em momentos críticos como esse atual, com desemprego e inflação galopante associado à queda da renda familiar?

Todos usufruem diretamente ou indiretamente do transporte público, mas a conta está ficando apenas para os menos favorecidos.

Imagine como ficaria o comércio na paralisação do transporte coletivos, sem consumidores, baixa no faturamento e menor arrecadação do município…

Não há solução simples para problemas complexos. Muito menos é razoável apontar a responsabilidade à apenas uma parte. Não vamos criar desculpas! Precisamos focar em resultados. E nesse caso, o resultado é atingirmos um padrão de excelência no serviço de transporte urbano, com esforços de todos (políticos, concessionária e sociedade), tratando os desiguais de forma sustentável.

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