Mãe e filha, goianas superam dificuldades e se casam juntas em festa compartilhada: “realização de um sonho”

Marcada por emoção, cerimônia mobilizou amigos e familiares que contribuíram para que o momento especial pudesse acontecer

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Em Goiás, mãe e filha se casam na mesma cerimônia. (Foto: Arquivo Pessoal).

Uma cerimônia de casamento costuma ser muito emocionante por si só. Porém, na cidade de Guapó, região Central de Goiás, um casório chamou a atenção, pois mãe e filha firmaram aliança na mesma celebração.

Portal 6 conversou com Jackeline Batista da Silva Maia, a filha que se casou na mesma festa que a mãe, para entender melhor como aconteceu a festividade.

A estudante de farmácia, de 39 anos, explicou que ela e a genitora, a auxiliar de enfermagem Mônica Batista de Jesus Nunes, 55 anos, sonhavam em se casar com os respectivos companheiros.

A mais jovem morava há seis anos com Régio de Freitas Maia, 57, e a filha biológica dele, Mikaella, de 07 anos.

Já divorciada, a mãe de Jackeline morava há 17 anos com o companheiro, Edvan Júlio Nunes de Souza, 49,  que já também teve um casamento anterior.

Mas quando chegou a hora de ir no cartório oficializar as uniões, os casais foram surpreendidos com a informação de que seria necessário atualizar alguns documentos.

Mãe e filha, que moram em Goiânia, precisariam ir até Jataí, município no Sudoeste goiano, para emitir a segunda via da certidão de nascimento e, no caso de Mônica, até a certidão de divórcio.

Além disso, os companheiros delas precisariam atualizar as documentações. Com toda a dificuldade de deslocamento, pandemia e limitações financeiras, a situação se complicou para os casais.

Foi quando uma pessoa próxima disse que já havia trabalhado na Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) e falou da atuação do Centro de Atendimento Multidisciplinar, que garantiria a emissão das certidões.

“A gente ficou sabendo desse trabalho deles e já entramos com a papelada para obter a documentação. Enviamos em julho desse ano e em setembro a gente já recebeu os novos documentos”, contou Jackeline.

A ideia de se casarem juntas partiu da filha, que ganhou de um amigo a doação de um espaço para poder realizar a celebração.

“O que eu fiz foi informá-la de que ela iria se casar no dia 13 de novembro e ela amou. Nós passamos a sonhar juntas, até tudo acontecer”, recordou.

Foram cerca de 120 pessoas reunidas no casamento. De quebra, as sortudas ainda contaram com a colaboração de outras pessoas para conseguir uma cerimonialista, bolo e outros detalhes.

“Eu passei o tempo inteiro segurando as lágrimas. Nunca imaginei que Deus fosse proporcionar essa oportunidade de casar junto com minha mãe. Ela estava linda, radiante. Uma verdadeira princesa”, afirmou Jackeline.

Maternidade

Ao entrar em contato com o DPE-GO, a estudante de farmácia também descobriu que poderia fazer um pedido de reconhecimento de maternidade socioafetiva.

Através desse procedimento, que ainda está em andamento, o nome da Jackeline será incluso na certidão de nascimento de Mikaella.

“Eu cuido dela desde que ela tem menos de um ano, ela agora já está com 07 anos. Esse reconhecimento faz toda a diferença, porque ela me reconhece como mãe e porque eu a reconheço como filha”, destacou.

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