Biden planeja ajuda militar e distribuição de 500 milhões de testes para frear ômicron

Exames estarão disponíveis somente em janeiro e serão distribuídos nas casas de quem solicitá-los por meio do site oficial

Folhapress Folhapress -
Biden planeja ajuda militar e distribuição de 500 milhões de testes para frear ômicron
Estados querem que o prazo para a terceira dose seja de quatro meses. (Foto: Antônio Lima /ACRÍTICA)

GUARULHOS, SP (FOLHAPRESS) – A predominância da variante ômicron entre os novos casos de Covid registrados nos EUA e a explosão dos números da doença nas últimas semanas levaram o governo Biden a diversificar a estratégia de combate à pandemia para priorizar não apenas a vacinação -61,5% dos americanos estão com esquema vacinal completo. O democrata deve anunciar nesta terça (21) um novo pacote de medidas.

A disponibilização de 1.000 profissionais de saúde das Forças Armadas para ajudar hospitais sobrecarregados, a produção de 500 milhões de testes rápidos para serem distribuídos gratuitamente aos cidadãos e a criação de novos locais de testagem e vacinação são algumas das ações que serão implementadas, segundo altos funcionários do governo informaram à mídia americana.

Os 500 milhões de testes, ainda segundo as autoridades, estarão disponíveis somente em janeiro e serão distribuídos nas casas de quem solicitá-los por meio de um site oficial. Para dar conta do volume de produção, Biden pretende invocar a Lei de Proteção e Defesa, instrumento jurídico que autoriza o Executivo a interferir no sistema de produção do país em casos de emergências ou guerras.

Desde que o primeiro caso da variante ômicron foi identificado nos EUA, em 1º de dezembro, em uma pessoa que havia viajado para a África do Sul, os números da doença explodiram. A média móvel de novos casos diários bateu 132,6 mil no último domingo (19), segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A última vez que o país havia registrado esse volume fora em setembro.

A situação tem levado o país a recuar em flexibilizações abertas. A cidade de Nova York, outrora epicentro da pandemia nos EUA, cogita cancelar a celebração do Ano-Novo na Times Square. Em meados de novembro, o prefeito da cidade, Bill de Blasio, disse que o célebre evento voltaria “com força total” neste ano. Mas então veio a ômicron.

“Esperamos que a ômicron seja um fenômeno rápido e temporário”, disse o democrata, que também prometeu anunciar uma decisão sobre a festa antes do Natal. “Esperamos que, nas próximas semanas, teremos um aumento muito, muito grande no número de casos, mais do que vimos anteriormente, mas também esperamos que, após um período de tempo, ela [a variante] se dissipará.”

Nova York tem registrado números recordes de novos casos diários de Covid. A média móvel de novos casos chegou a 8.000 no domingo, a maior desde o início da crise sanitária, segundo registros do CDC.

A ômicron representou 73,25% das novas infecções por Covid nos EUA durante a semana encerrada em 18 de dezembro, conforme anunciado nesta segunda (20). Ainda que algumas características da variante, como a capacidade de proporcionar casos mais graves, ainda não estejam claras, especialistas de saúde americanos estão preocupados com a capacidade dos hospitais de responder ao novo surto.

O número de pacientes hospitalizados com Covid no país vem crescendo desde novembro e chegou a 58,6 mil no domingo. O envio de médicos, enfermeiras e paramédicos militares, que Biden pretende acordar com o secretário de Defesa, Lloyd Austin, visa mitigar a situação e aprimorar a capacidade de resposta do sistema de saúde.

Em um apelo à população, Biden escreveu em uma rede social que os casos de ômicron aumentarão nos próximos dias, mesmo entre os vacinados. Pediu, no entanto, para que todos se vacinem e, assim, tenham maiores chances de ter casos leves ou mesmo assintomáticos da doença, conforme mostram as primeiras evidências científicas.

“Se você for um adulto e optar por não ser vacinado, enfrentará um inverno extremamente difícil para sua família e comunidade”, disse.
A transmissão comunitária e acelerada da ômicron no país também pode levar o governo Biden a flexibilizar as restrições de viagens aos países da África Austral, impostas em 29 de novembro, pouco após cientistas da África do Sul sequenciarem a variante pela primeira vez -ainda que não se saiba onde ela teve origem.

O imunologista Anthony Fauci, principal conselheiro de Biden para assuntos relacionados à pandemia, disse que o levantamento das restrições deve vir em breve, uma vez que já há “infecções suficientes nos EUA”. “Estamos permitindo a entrada de pessoas de outros países que têm tanto ou mais infecções do que os países da África Austral; portanto, vamos olhar para isso com cuidado e ver se podemos recuar.”

Os EUA somam 50,7 milhões de casos confirmados de Covid e 803 mil mortes em decorrência da doença desde o início da pandemia. Cerca de 72,9% da população do país recebeu ao menos uma dose da vacina, e 61,5% está com esquema vacinal completo (duas doses ou dose única). Já a dose de reforço foi aplicada em 29,8% dos americanos.

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