Pandemia da Covid-19 aumentou em 30% o número de pessoas em situação de rua em Anápolis

Neste mesmo período, mais de 120 pessoas também já passaram por instituição de acolhimento da cidade

Caio Henrique Caio Henrique -
Cenário teve aumento expressivo desde a chegada da pandemia. (Foto: Bruno Velasco)

Junto da pandemia da Covid-19 em Anápolis, que já deixou quase 65 mil pessoas doentes e mais de 1.700 mortos, há o aumento de um dado alarmante que interfere diretamente na realidade social do município.

E se engana quem pensa ser alguma estatística referente à quantidade de internações ou ocupação dos espaços de tratamento intensivo para pacientes contaminados. Se trata, na verdade, do número de moradores que não contam com um teto sobre a cabeça para viver na cidade.

A informação foi confirmada ao Portal 6 pela Secretaria de Desenvolvimento Social, que possui um atendimento focado na problemática através do Centro Pop – programa especializado no monitoramento e cuidado das pessoas em situação de rua.

De acordo com a pasta, desde o início das confirmações de casos de Covid-19, que também afetaram fortemente a economia, houve um aumento de cerca de 30% no índice de pessoas que não possuem uma residência para morar.

Os dados da secretaria também mostram que Anápolis, atualmente, tem cerca de 60 moradores vivendo nestas condições. O quantidade, porém, pode variar bastante devido ao caráter flutuante da população, que, por vezes, passa por diferentes cidades de maneira temporária.

Outra instituição de grande importância no município é a Casa de Passagem, Church City. Lá, as pessoas conseguem se acomodar e receber alimentação, apoio e até regulamentação de documentos, a fim de auxiliar na reinserção no mercado de trabalho.

Conforme explicado à reportagem pelo pastor da congregação, Thiago Cunha, são oferecidas até oportunidades de emprego, através da formação de currículos e contatos com empresários e demais participantes do mercado.

No local, também foi percebido um crescimento substancial de pedidos de ajuda depois da chegada do novo coronavírus. “Antes da pandemia, nós tínhamos três moradores lá. Agora, já são 56 pessoas”, contou o pastor.

Esse é, inclusive, apenas o número atual de pessoas fixas no local. Desde o começo da crise sanitária, foram mais de 120 acolhidos na Casa de Passagem.

Como mudar essa realidade?

O Portal 6 também conversou com a assistente social Lini Mendes para saber como é possível mudar essa realidade. A profissional ressaltou a importância de desenvolvimento de programas como Centro Pop e a casa da Church e citou outras iniciativas que podem fazer toda a diferença.

“Sempre que possível, é importante voltar a atenção para esses serviços, com expansões, contratações de servidores e ampliação da rede de atuação”, afirmou.

“Além disso, a criação e distribuição de restaurantes comunitários e o estabelecimento de benefícios como a transferência de renda, vista no Distrito Federal e em São Paulo, por exemplo, são outras alternativas para impulsionar esse auxílio”, acrescentou.

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