Governo Doria fará ação LGBTQIA+ em escola após agressão a aluna trans

Episódio, ocorrido na quarta-feira (9)e registrado em vídeo gerou, indignação em internautas e instituições políticas de todo país

Folhapress Folhapress -
Governo Doria fará ação LGBTQIA+ em escola após agressão a aluna trans
O Governo de São Paulo inicia nesta sexta-feira (14) a vacinação do público infantil contra Covid-19, na faixa etária de 5 a 11 anos. Na foto o Governador João Dória, no Hospital das Clínicas. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress)

A Secretaria da Educação de São Paulo realizará na próxima segunda-feira (14) um encontro na Escola Estadual Galdino Pinheiro Franco, em Mogi das Cruzes (SP), com lideranças e estudantes transexuais, psicólogos e diretores do ensino para traçar um plano de ação sobre a temática LGBTQIA+ nas escolas.

A reunião foi convocada após uma aluna trans da rede estadual de Mogi das Cruzes ser agredida por seus colegas, que também se dirigiam a ela fazendo uso do pronome masculino.

O episódio, ocorrido na quarta-feira (9) e registrado em vídeo, teve início após a estudante se irritar com o tratamento desrespeitoso e chutar cadeiras da sala aula de aula. Em seguida, houve uma confusão generalizada, e a estudante precisou contar com a intervenção de funcionários para se proteger de socos desferidos por diversos colegas.

A intervenção da Secretaria da Educação contará com a participação da primeira diretora transexual da rede estadual, Paula Beatriz, da deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP) e com representantes do Conviva, programa da pasta que se dedica a analisar vulnerabilidades de cada unidade escolar e a implementar melhorias de convivência e de segurança.

“A ação visa levar o diálogo para dentro do ambiente escolar, e a partir disso encontrar caminhos para a permanência dessa conscientização”, afirma a secretaria, em nota.

A deputada Erica Malunguinho repudiou as agressões em postagens nas redes sociais. “O que estamos ensinando aos nossos adolescentes?”, questionou.

“Como é que essa adolescente volta para a escola, depois de ser humilhada dessa maneira? A exclusão da população T [trans] dos espaços de educação é o que queremos ensinar para os nossos jovens?”, seguiu.

Como mostrou a Folha, a mãe da aluna registrou um boletim de ocorrência de lesão corporal. Ela afirmou que o caso está sendo tratado como uma briga normal de escola, mas que, na opinião dela, é um crime.

Ela afirmou que a filha já sofria bullying com frequência na escola. Um dia antes das agressões, ela teria relatado à mãe que garotos teriam jogado biscoitos nela, além de provocá-la. Ainda segundo a mãe, antes da briga, uma pessoa teria arremessado um copo com água no rosto da filha, que reagiu.

A jovem agredida, que aparece nos vídeos, não conseguiu prestar depoimento no dia do ocorrido por ter ficado em estado de choque.

O chefe de gabinete da Secretaria Estadual da Educação, Henrique Pimentel, afirmou que, com base nas apurações preliminares, “tem a inclinação a acreditar” que a violência contou com motivação transfóbica. “Mas, independentemente da motivação, a escola precisa ser um ambiente seguro de qualquer forma, respeitando a diversidade.”

No dia 31 de janeiro, o Governo de São Paulo promoveu o primeiro debate voltado aos profissionais da rede de ensino sobre a transexualidade, por ocasião do dia da visibilidade Trans no Brasil.

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