Primeiro concurso de beleza para mulheres trans em Goiás está com inscrições abertas

No final da disputa, três candidatas serão premiadas por um júri especializado

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Concurso Miss T Brasil 2017, disputa realizada em formato semelhante. (Foto: Reprodução).

Pela primeira vez, Goiás irá realizar um concurso de beleza voltado para mulheres transexuais. Batizado de Tran MISSion, o projeto tem como objetivo empoderar e dar capacitação ao meio trans.

As inscrições serão feitas de forma gratuita no site transmissionoficial.com até o dia 28 de fevereiro. No final da disputa, três candidatas serão premiadas por um júri especializado.

Para o primeiro lugar, a premiação será de R$ 1.000, além de depilação definitiva no corpo inteiro, roupas e bijuterias. Já a segunda colocada irá receber R$ 500, roupas e bijuterias.

Por fim, quem ficar na terceira colocação ganhará R$300. Todas que chegarem ao pódio serão premiadas com um curso de Marketing Digital.

Em entrevista ao Portal 6, a advogada Amanda Souto Baliza, primeira Conselheira trans da história da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB Goiás), afirmou que o evento funciona como um meio para valorizar este grupo marginalizado.

“Quando uma minoria passa por um processo de invisibilização, existe uma dificuldade de acesso à políticas públicas e assistência de estado. Quando passa a se dar voz a ela, ela passa cobrar seus direitos, leis e proteção do estado”.

“Além disso, é uma forma de valorizar a beleza trans. Hoje em dia, a sociedade ainda enxerga como bonita aquelas pessoas que tem uma aparência mais próxima de pessoas Cis”, complementou.

A jurista afirma que uma contribuição natural que acaba surgindo a partir de iniciativas assim é justamente na questão da representatividade para essa camada social.

“Quando vemos alguém trans ocupando espaços, seja ele de poder ou de destaque na mídia, isso acaba incentivando outras pessoas. Muitas vezes, ela não tem sonhos e passam a acreditar que podem chegar nesses espaços também”.

Apesar de ver com bons olhos a criação do concurso, Amanda pontuou que ainda há muitos outros aspectos que podem ser melhorados para que os direitos de pessoas LGBTQIA+ sejam cumpridos.

“Hoje o que nós temos vem de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), não temos proteção por lei, o que acaba sendo muito frágil”.

” Existe também uma dificuldade de aplicação dentro dos estados e nós temos que garantir que esses direitos sejam cumpridos em municípios e locais mais afastados”, complementou.

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