Transexual teria feito cirurgia clandestina dentro de boate em Anápolis antes de morrer, afirma família

Vítima havia saído do Pará há pouco tempo e sonhava em melhorar a vida dos parentes

Da Redação Da Redação -
Familiares também buscam ajuda para transportar corpo para cidade natal da vítima. (Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal)

A família de Lorraine Alves, de 22 anos, contesta a versão de que a transexual teria morrido após procedimento estético realizado em São Paulo. A vítima morreu na última quarta-feira (08), no Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA).

Em entrevista ao Portal 6, neste sábado (11), a tia de Lorraine, Ana Paula Fernandes, afirmou que a sobrinha avisou, por meio de mensagens no WhatsApp, que passaria por um procedimento para colocada de silicone nas nádegas. Porém, tudo teria sido realizado em uma clínica clandestina, dentro de uma boate em Anápolis.

“Tudo foi feito na cidade e uma amiga que levou a Lorraine para fazer a cirurgia”, disse.

Nos dias anteriores ao fato, Ana Paula alega que a transexual apresentava um comportamento estranho sempre que outras pessoas estavam ao redor. O celular que ela utilizava para o contato ainda não foi encontrado.

Segundo a tia, ela chegou a Anápolis há pouco mais de um mês, buscando melhorar financeiramente a vida da família, que vive em Belém do Pará.

“Ela era a nossa base, um pessoa maravilhosa, muito educada. Não sabíamos que ela iria para Anápolis fazer esse tipo de coisa, então foi um choque para todos”, conta.

O Portal 6 também teve acesso ao último áudio enviado por Lorraine à família antes da morte. Na gravação, a transexual agradece o apoio que estava recebendo dos entes mais próximos.

“Eu reconheço tudo que você fez por mim e pela minha família. Eu te agradeço demais mesmo! No momento em que nós mais precisamos, você foi a única pessoa que esteve do nosso lado. Então eu reconheço isso e eu sei que eu posso contar com você. Eu estou longe demais, mas me preocupo”, declarou.

 

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Reconhecimento do corpo

Além do luto, a família também lida com a dificuldade de enterrar Lorraine na cidade em que ela nasceu e viveu. Como a transexual foi encontrada somente com a certidão de nascimento, o Instituto Médico Legal (IML) não teria podido identificar a impressão digital.

A irmã da vítima chegou a Anápolis neste sábado (11) para realizar um exame de DNA e fazer o reconhecimento do corpo.

A previsão era que Lorraine fosse enterrada como desconhecida na próxima segunda-feira (13), mas a família conseguiu prazo de uma semana para a entrega dos resultados do exame e para viabilizar o transporte até Belém.

“Temos recorrido a vaquinhas e pedido a ajuda do Estado. Ela tem que ser enterrada onde nasceu, junto da sua família”, enfatiza a tia.

Investigação

O caso está com a Polícia Civil, que investiga a natureza do procedimento que Lorraine fez, bem como o dia, local e profissional responsável pela cirurgia.

O laudo cadavérico deve sair nos próximos dias. Com os dados, os agentes devem conseguir explicar o que realmente aconteceu.

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