Divulgação de vídeos de homem negro morto por policiais provoca protestos nos EUA

Corporação alegou que os agentes tentaram prestar os primeiros socorros após vítima ser atingida

Folhapress Folhapress -

Centenas de pessoas protestaram neste domingo (3) depois da divulgação de vídeos que mostram oito policiais atirando contra um homem negro na cidade de Akron, no estado de Ohio, nos EUA.

O corpo de Jayland Walker, 25, foi encontrado com 60 marcas de tiros. Na última segunda-feira (27), agentes de segurança tentaram prendê-lo devido a uma infração de trânsito, e, após uma perseguição de carro que durou vários minutos, o homem saltou do veículo e tentou fugir a pé.

Neste momento, ele é atingido pelos oficias com dezenas de disparos.

Uma outra gravação, segundo a polícia local, exibe um tiro disparado do carro dirigido por Walker.

Assim, quando o homem deixa o veículo, diz a corporação, os policiais teriam pensado que ele estava armado. Depois, uma arma foi apreendida no carro, mas, no momento da fuga a pé, o homem estava desarmado.

Pressionado a apresentar provas de que Walker disparou do carro, o chefe da polícia, Stephen Mylett, disse que os investigadores encontraram um invólucro de bala similar ao da arma achada no veículo.

O Escritório de Investigação Criminal de Ohio abriu uma investigação do caso e não confirmou nenhuma dessas afirmações. O advogado da família Walker, Bobby DiCello, mostrou-se preocupado com a alegação da polícia de que o homem disparou contra os agentes e enfatizou que não havia justificativa para a morte da vítima. “Eles querem transformá-lo em um monstro mascarado com uma arma.”

Assim como o prefeito da cidade, Dan Horrigan, DiCello pediu para que os manifestantes fossem pacíficos durante os protestos e acrescentou que o desejo da família de Walker é evitar mais violência.

Na tarde deste domingo, o movimento antirracista NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, na sigla em inglês) liderou um protesto em frente ao prédio da prefeitura de Akron.

Centenas de manifestantes marcharam nas ruas da cidade de cerca de 200 mil pessoas, segurando bandeiras do Black Lives Matter e gritando slogans como “chega de morrer” e “justiça para Jayland”.

Ainda é incerto o número de balas que atingiram Walker, mas os vídeos divulgados pela polícia mostram os agentes disparando dezenas de vezes contra ele. O médico legista responsável pelo caso analisa quantos dos 60 ferimentos encontrados no corpo foram provocados pela entrada e saída das munições.

A corporação alegou ainda que os policiais tentaram prestar os primeiros socorros ao homem negro após ele ter sido baleado. Walker, porém, foi declarado morto no local. Os oito agentes envolvidos no tiroteio foram colocados em licença administrativa remunerada.

O incidente é o mais recente de uma série de assassinatos de pessoas negras por policiais nos EUA, incluindo a morte de George Floyd, que desencadeou atos contra a brutalidade policial e a injustiça racial.

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