Estudo identifica a forma quase absoluta de como a varíola dos macacos é transmitida

Pesquisadores também constataram novos sintomas clínicos decorrentes de lesões genitais únicas

Gabriella Licia Gabriella Licia -
Estudo identifica a forma quase absoluta de como a varíola dos macacos é transmitida
Em Goiás, nenhum óbito foi registrado (Foto: Berkay Ataseven/Shutterstock)

O maior estudo sobre varíola dos macacos produzido até hoje foi publicado na última quinta-feira (21) pelo New England Journal of Medicine e trouxe revelações importantes.

Para o resultado final, 528 infectados, de 16 países, foram analisados por dois meses e a conclusão foi que 95% dos casos foram transmitidos durante o ato sexual.

Entretanto, o principal autor do projeto, John Thornhill, fez questão de destacar em um comunicado que a doença não é estritamente repassada apenas pelo contato íntimo. 

“É importante enfatizar que a varíola dos macacos não é uma infecção sexualmente transmissível no sentido tradicional; pode ser transmitida através de qualquer contato físico próximo”, disse.

“No entanto, nosso trabalho sugere que a maioria das transmissões até agora está relacionada à atividade sexual, principalmente, mas não exclusivamente, entre homens que fizeram sexo com homens”, pontuou.

Durante as análises, os pesquisadores perceberam que 98% dos infectados eram homens gays ou bissexuais. Além disso, 41% eram portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), com média de 38 anos.

As vítimas da varíola dos macacos também tinham outro ponto em comum: o número médio de parceiros sexuais nos últimos três meses foi de cinco pessoas e, quase metade havia visitado festas e saunas.

Lesões genitais únicas, feridas na boca e ânus também foram encontradas nos pacientes adoecidos, o que preocupou os estudiosos, já que são sintomas semelhantes às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Ou seja, caso um paciente procurasse ajuda médica com varíola dos macacos, apresentando os últimos sintomas, poderia receber diagnósticos errados.

Portanto, os profissionais encarregados da pesquisa deixam reforçado o alerta para a proteção durante as atividades sexuais, tendo em vista as grandes chances de contaminação com o novo surto viral.

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