Leituras de cartas pela democracia reúnem milhares pelo país

"Falo com toda a convicção de quem pensa 24 horas por dia no nosso país que nós não temos outro caminho que não o da liberdade, da democracia, da Justiça", disse o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

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Leituras de cartas pela democracia reúnem milhares pelo país
Cerimônia da leitura do manifesto e cartas pela democracia, no salão nobre da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, na região central da capital paulista, nesta quinta-feira (11). (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

Com a execução do Hino Nacional, a cerimônia de leitura da carta das entidades em defesa da democracia teve inicio por volta das 10h desta quinta-feira (11) no salão Nobre da Faculdade de Direito da USP. A primeira fala do evento foi feita pelo reitor da Universidade de São Paulo, Carlos Gilberto Carlotti Junior, que defendeu eleições livres e disse que a universidade é oposto do autoritarismo.

Disse ainda que a sociedade deveria estar pensando no futuro, mas está voltada a impedir retrocessos.
“Após 200 anos de Independência do Brasil, deveríamos estar pensando em nosso futuro, em como resolver problemas graves. Mas estamos voltados a impedir retrocessos.”

Ele defendeu o papel da universidade, da pesquisa e do conhecimento e relembrou os 47 pessoas ligadas à USP que foram vítimas da ditadura. “Não esquecemos e não esqueceremos”.

Disse ainda que espera que a mobilização ao manifesto coloque novamente “no caminho correto”.
Em sua fala no ato, o economista e ex-Presidente do Banco Central do Brasil Armínio Fraga disse o Brasil não tem outro caminho que não a democracia.

“Falo com toda a convicção de quem pensa 24 horas por dia no nosso país que nós não temos outro caminho que não o da liberdade, da democracia, da Justiça”, disse o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

“As sociedades mais prósperas do planeta são todas democracias”, seguiu.

Fraga chamou a situação atual de esdrúxula e defendeu a democracia e a liberdade. “É uma situação esdrúxula essa, mas toda nossa energia, toda nossa coragem tem que ficar neste momento concentrada em salvar o que foi conquistado ao longo dos anos, que é a base para o nosso futuro”, disse.

“Viva a democracia, viva a liberdade”, concluiu Fraga.

OAB-SP

“Nesse momento a sociedade pede que a democracia fique, que não se vá, não nos abandone”, disse a presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini, durante ato para leitura da carta pró-democracia na Faculdade de Direito da USP, nesta quinta-feira (11). “Fora da democracia com direitos não se consegue meios para que uma sociedade complexa possa se desenvolver.”

Disse que a sociedade pode contar com a advocacia e com a OAB. “Nós não aceitaremos retrocesso, nós não seremos asfixiados, nós não seremos saudosos”.

Falou ainda em canto sedutor dos autoritarismo e que ele encontra espaço naqueles que não viveram sem democracia. “Hoje, a hora é de reafirmação. É a hora de falar para gerações mais novas, para que os nativos da democracia, que cresceram sem o autoritarismo, percebam e valorizem tudo o que nós temos”, seguiu ela.

“Só se sente falta de algo ou de alguém quem já perdeu. Afinal, a saudade é a presença dos ausentes. Não queremos sentir saudade da nossa democracia, por isso não podemos sequer flertar com a sua ausência”.

“Democracia para o corpo social é como oxigênio para o corpo humano, nós não vemos não sentimos o oxigênio, mas percebemos sua importância quando falta, e sem ele ficamos asfixiados.”

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