Caiado terá Assembleia Legislativa ‘parceira’ e oposição enfraquecida em 2023, diz cientista político

Pelo menos 25 dos 41 deputados estaduais eleitos no pleito deste ano estão alinhados com o Governo; mais dez podem se juntar à base

Emilly Viana Emilly Viana -
Caiado terá Assembleia Legislativa ‘parceira’ e oposição enfraquecida em 2023, diz cientista político
Entrada da Assembleia Legislativa de Goiás, a Alego. (Foto: Divulgação)

A dimensão da base do governador Ronaldo Caiado (UB) na Assembleia Legislativa é o que mais chama a atenção nos resultados da eleição estadual neste domingo (02). É o que avalia o cientista político Guilherme Carvalho.

Ao Portal 6, o analista destaca que 25 dos 41 candidatos eleitos já demonstram alinhamento com o governador, que conquistou a reeleição em primeiro turno com 51,81% dos votos. Além disso, pelo menos dez manifestam flexibilidade e podem aderir ao grupo favorável a pautas governistas.

“Vemos, inclusive, muitos novatos que já entram em conformidade com a gestão. Portanto, a previsão é que Caiado tenha uma Assembleia parceira e uma vida tranquila em relação ao legislativo, independente de quem for o próximo presidente da Casa”, afirma.

O ambiente de cooperação será fundamental para que colocar em prática uma das principais promessas da campanha do governador: o pacote de investimentos em programas sociais. “Ele fez um primeiro governo em que a agenda econômica precisou de um grande amparo dos deputados para as medidas de austeridade fiscal. Com os projetos sociais não será diferente”, diz o cientista político.

Para ele, o maior articulador entre os poderes será Virmondes Cruvinel (UB), reeleito com 42.925 votos. “Fontes nos bastidores apontam que ele vem sendo preparado para ser o próximo presidente da Alego. Com isso, seria o responsável por tocar a agenda em comum entre os poderes, como foi com Lissauer Vieira na última legislatura”, lembra.

O enfraquecimento da oposição é outra facilidade na relação de Caiado com o legislativo apontada por Guilherme Carvalho. O especialita cita dois fatores que podem contribuir com o cenário. “Vimos a relevância do PSDB diminuir e, caso os programas sociais sejam implementados, o discurso da oposição será esvaziado. Terá de focar na pauta dos servidores, com quem o governador tem dificuldade há algum tempo”, conclui.

Representatividade

Apesar de dobrar o número de deputadas estaduais, saindo de duas para quatro mulheres, a representatividade na Assembleia está longe de ser ideal. “Precisamos de paridade total, assim como é no eleitorado em que elas são a maioria”, ressalta o analista.

O perfil das eleitas, no entanto, é animador. “Tanto na Alego quanto na Câmara Federal, vemos um caráter aguerrido e isso é muito positivo. Precisamos de mulheres que acreditam na necessidade de políticas públicas, pois ser mulher nçao significa que defende pautas femininas”, reforça.

Emilly Viana

Emilly Viana

Jornalista formada na Universidade Federal de Goiás. Escreveu para o Portal 6 até fevereiro de 2023.

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