Nikolas Ferreira é o deputado federal mais votado do Brasil
No pleito deste ano, Nikolas obteve mais de 50 vezes os 29.388 votos que o elegeram vereador em 2020
Com 1.492.047 votos, o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL) é o candidato a deputado federal mais votado do Brasil nestas eleições. A partir de fevereiro de 2023, ele se somará ao pelotão bolsonarista na Câmara dos Deputados.
Dos 10 candidatos a deputado federal campeões de voto neste ano, oito concorreram por São Paulo. Além do líder mineiro, a outra exceção foi o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), pelo Paraná.
No pleito deste ano, Nikolas obteve mais de 50 vezes os 29.388 votos que o elegeram vereador em 2020. O mineiro de 26 anos integrou a comitiva do presidente na visita a países árabes em 2021. Em setembro do ano passado, foi barrado ao tentar entrar no Cristo Redentor sem comprovante de vacinação.
Atrás de Nikolas, Guilherme Boulos (PSOL) recebeu 1.001.472 votos na disputa eleitoral e foi o vice-campeão entre os candidatos a deputado federal.
O coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) desistiu de concorrer ao governo de São Paulo para buscar uma vaga na Câmara dos Deputados. Disse, nas redes sociais, que a decisão foi tomada para fortalecer a esquerda no Congresso Nacional.
Em 2020, foi candidato à Prefeitura de São Paulo e chegou a avançar para o segundo turno das eleições municipais, no qual recebeu 2,1 milhões de votos. No entanto, foi superado pelo ex-prefeito Bruno Covas (PSDB). Boulos concorreu para presidente em 2018 e teve 617 mil votos, apenas 0,58% do total de válidos.
Fundadora do grupo Nas Ruas, Carla Zambelli (PL) se reelegeu com 946.222 votos, mais de 12 vezes os 76.306 obtidos em 2018, quando concorreu à Câmara pelo PSL, na esteira do antipetismo. Aliada de Jair Bolsonaro (PL), a deputada respaldou os ataques do presidente ao STF (Supremo Tribunal Federal) e levantou dúvidas sobre as urnas eletrônicas.
Zambelli terminou à frente de Eduardo Bolsonaro (PL), que se reelegeu com 741.701 votos, menos da metade da marca conquistada em 2018. Há quatro anos, o filho do presidente faturava o título de deputado mais votado de toda a história.
Em 2018, Eduardo (então no PSL) surfou na onda bolsonarista que se espalhou pelo Brasil e bateu um recorde que já durava 16 anos. Com 1.843.735 votos, ele superou com folga os 1.573.642 votos obtidos por Enéas Carneiro (Prona-SP) na eleição de 2002.
Além de Eduardo e de Enéas, apenas outros dois candidatos a deputado federal já haviam superado a marca de 1 milhão de votos em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos), com 1.524.361 votos em 2014, e Tiririca (PL), com 1.353.820 votos quatro anos antes, em 2010.
Ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles (PL) foi o quarto candidato a deputado federal mais votado em São Paulo (640.908) e o quinto do Brasil. Ele deixou a Esplanada em junho do ano passado, em meio a uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema de contrabando de madeira.
Durante sua gestão, o Brasil assistiu ao desmonte de órgãos de fiscalização e recordes de queimadas e desmatamento. Em abril de 2020, em uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, Salles sugeriu que o governo aproveitasse o foco da imprensa à pandemia da Covid-19 para “ir passando a boiada” na área ambiental.
O Delegado Bruno Lima (PP) ficou na sexta posição do balanço geral, com 461.217 votos. Em 2018, decidiu se afastar da Polícia Civil e se elegeu deputado estadual após receber 103.823 votos.
Na sequência, em sétimo da lista de mais votados em todo o Brasil, aparece o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), que foi eleito deputado federal pelo Paraná com 344.917 votos.
O estreante sagrou-se campeão de votos do estado para o cargo, à frente da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT), por cerca de 85 mil votos de diferença.
Durante a campanha, o ex-coordenador da Lava Jato destacou o combate à corrupção e elencou o PT como o principal inimigo, poupando críticas a Bolsonaro.
Com 337.873 votos, Tabata Amaral (PSB) se reelegeu deputada federal com 73 mil a mais do que em 2018. A parlamentar havia sido votada por 264.450 eleitores há quatro anos.
Ao longo do mandato, colecionou algumas polêmicas e deixou o PDT depois de contrariar a orientação da sigla e votar a favor da reforma da Previdência.
Russomanno inicialmente iria concorrer ao Senado, mas resolveu “ajudar mais uma vez o partido a aumentar a bancada na Câmara”. O veterano recebeu 305.520 votos e foi o sétimo candidato a deputado federal mais votado em São Paulo, o nono do Brasil.
Coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre), Kim Kataguiri (União Brasil) garantiu o segundo mandato na Câmara dos Deputados depois de contabilizar 295.460 votos, desempenho abaixo do obtido há quatro anos. Ainda assim, foi o décimo candidato a deputado federal mais votado do Brasil.
Depois de ganhar proeminência nos atos que culminaram no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ele foi o quarto deputado federal mais votado em 2018, com 465.310 votos -estava na época no DEM, partido que se fundiu ao PSL para formar o União Brasil.