Disciplina sobre saúde mental foca em pressão por resultados no Ensino Médio de Goiás, diz especialista

Neuropsicopedagoga avalia que disciplina será fundamental para os alunos, mas que bons resultados dependem de abordagem

Emilly Viana Emilly Viana -
Professora leciona para alunos em sala de aula. (Foto: Divulgação/Seduc)

A discussão sobre saúde mental no Ensino Médio, que agora ganha disciplina na rede estadual de Goiás, ajudará os estudantes a entender as próprias emoções e a lidar com a pressão por resultados. A análise é da neuropsicopedagoga Paula Montalvão.

Ao Portal 6, a especialista avalia que a matéria ‘Projeto de Vida’, prevista pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e presente nas três séries, vem para apoiar o jovem em escolhas pessoais, sociais e profissionais.

“Há uma pressão por resultados vinda de todos os lados, principalmente da escola e da família. E muito educadores ainda enxergam o Ensino Médio como um lugar para formar as pessoas só para entrar no mercado de trabalho e não como um espaço onde ela vai se desenvolver, ter experiências”, pondera.

Segundo Paula Montalvão, a prioridade do projeto deve ser estimular o autoconhecimento. “Ouvir as vivências, entender o que querem, suas inseguranças, medos e sonhos. Fazer uma abordagem humana e buscar entender como cada questão irá afetar a aprendizagem e o cotidiano”, expõe.

Para ter efeito, conforme defende a neuropsicopedagoga, a abordagem deve ser ativa. “Essas crianças e adolescentes trarão aos professores situações e histórias que precisam ser analisadas, levadas à coordenação, ou será apenas mais uma matéria na grade curricular”, afirma.

Pandemia

O aumento da agressividade entre os alunos após a retomada das aulas presenciais em Goiás será uma das questões fundamentais a serem abordadas. De acordo com 65% dos professores, a violência nas escolas aumentou após dois anos em atividades remotas por causa da pandemia.

“É perceptível o crescimento. Os pais ‘terceirizaram’ o papel de educar para a tecnologia e, com mais tempo no celular, os alunos perderam a noção de sociabilidade e estão mais irritados se interrompemos as distrações”, relata a Paula Montalvão.

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