Goiânia está entre as três piores capitais na cobertura do sinal da tecnologia 5G

Entrave na legislação municipal, que segue sem atualização, desacelera expansão do sinal no município e prejudica qualidade da conexão

Emilly Viana Emilly Viana -
Antena de 5G instalada na Avenida Ricardo Paranhos, no Setor Marista, em Goiânia. (Foto: Emilly Viana / Portal 6)

Goiânia é a terceira pior capital na cobertura da internet móvel de quinta geração (5G) do país. O ranking do Conexis – Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel, Celular e Pessoal – indica que a cidade só perde para Belo Horizonte (MG) e Palmas (TO).

Segundo o coordenador de Infraestrutura do Conexis, Diogo Della Torres, a capital goiana vive um ‘impasse jurídico’, já que a lei que regulamenta a instalação das antenas ainda é antiga, de 2017. “O município recebe o sinal, porém, como a legislação está desatualizada, não há suporte para que os equipamentos sejam devidamente implementados”, aponta.

Na prática, o entrave técnico dá margem para que os usuários usem um serviço que não chega ao potencial prometido pelo 5G. “Para as operadoras, é como começar a Copa do Mundo sem que as regras do jogo estejam claras. Existe um intenso investimento por parte delas neste momento, mas a falta de uma lei atualizada ainda é um obstáculo na cobertura”, explica.

Para a expansão e pleno uso do 5G é necessária a instalação de um número cerca de cinco vezes maior do que foi para o 4G. Nesta primeira fase, o edital do leilão feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) prevê a instalação de um antena para cada 100 mil habitantes. “É assim que o alcance da conexão chegará a regiões periféricas, por exemplo”, pontua o coordenador.

Um projeto neste sentido foi elaborado pela Prefeitura de Goiânia e enviado à Câmara Municipal em 19 de outubro de 2022. A matéria atualmente está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), após receber o aval da procuradoria da Casa no início do mês. O vereador Kleybe Morais (MDB) ficou responsável pela relatoria.

Ao Portal 6, o parlamentar diz que pretende entregar o relatório da matéria ainda neste ano, mas que não irá “apressar” o processo de análise. “Entendo que seja urgente para a população e para o comércio, mas estou me reunindo com representantes do segmento e discutindo com calma, justamente para não cometer um erro”, afirma.

Segundo Kleybe Morais, a tendência é que o texto receba emendas. “Estamos checando os impactos da questão ambiental e de infraestrutura. Vejo que é um projeto muito espelhado na cidade de Brasília, então teremos que trazer mais para a nossa realidade”, revela.

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