Inflação deve pesar no bolso de quem pretende comprar imóvel em Anápolis em 2023

Números do IBGE mostram crescimento do custo da construção civil, que acaba recaindo sobre o consumidor

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Canteiro de obra em construção de edifício residencial. (Foto: Antônio Cruz)

O custo médio da construção civil em Goiás, por metro quadrado, subiu 12,68% em 2022, na maior elevação em dez anos, acima da média nacional. O dado, divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deixa aceso o alerta para o setor imobiliário em Anápolis.

Ao Portal 6, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Anápolis (Sinduscon), Luiz Antônio Rosa, afirmou que o cliente deve sentir no bolso a diferença.

“Essa é a segunda maior taxa desde 2014, perdendo apenas pra 2021 que foi 18,65%. Mesmo sendo alta é um bom sinal estar menor que 2021 pois mostra que o reajuste ao consumidor não está na mesma proporção no período de pandemia. Porém, infelizmente ainda é muito superior à inflação e o consumidor sentirá no bolso”, disse.

A boa notícia, segundo Luiz Antônio, é que o setor tem fôlego para crescer neste ano, sobretudo com a mira em moradias populares, que prometem ser o grande vetor de 2023.

“Para 2023 acreditamos que a construção civil irá ter um crescimento considerável principalmente na área de HIS (Habitação de Interesse Social). Porém, a preocupação do setor é com a inflação e consequentemente a proporcionalidade de reajuste do índice nacional da construção civil”, pondera.

Distorção

O presidente do Sinduscon Anápolis lembrou que, com a pandemia de Covid-19, o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) sofreu pelo desenfreado aumento de custos, o que levou à falência várias empresas do setor.

“Embora o índice está sendo corrigido, dentro do contexto dos últimos anos está diminuindo. Para as construtoras o índice é ponto de atenção pois a maioria dos insumos sobem em uma dinâmica diferente da inflação”, pontuou.

Isso porque segundo Luiz Antônio, “na maioria das obras de longa duração é muito complicado precificar, seja para o cliente de prestação de serviço ou seja pro cliente que irá comprar alguma unidade imobiliária, por isso a construção civil precisa de um olhar mais específico dentro do cenário econômico para que o preço tenha previsão de reajuste para evitar por exemplo que uma empresa venda um apartamento que custou mais caro do que o valor vendido”.

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