O zelo com nossos idosos e o futuro dessa população
Onde e como abrigar vidas inteiras com cuidado aos interesses e a pulsão de vida daqueles que ainda vivem e não aceitam apenas sobreviver?
O programa Fantástico apresentou recentemente a situação de um abrigo de idosos onde os moradores sofriam diversos tipos de violência física e psicológica. A denúncia chocou a sociedade e nos provocou pensar nos desafios que estão por vir.
Para tanto gostaria de apresentar alguns pontos:
1 – a expectativa de vida da população aumenta a cada dia. Isso é provocado pelo avanço da ciência, de tratamentos e medicações e da busca por qualidade de vida com alimentação e exercícios físicos adequados.
2 – nas últimas décadas o número de filhos por casal reduziu, o que ocasionou o surgimento de uma população idosa com poucos filhos e pouquíssimos netos.
3 – após a pandemia muitos idosos que eram independentes passaram a depender do apoio e de cuidados diários para operar as tarefas do dia a dia.
Essas três questões têm imposto novos desafios ao poder público, como a criação de novos lares e outros formatos de casas de acolhida diurna, hospitais especializados e centros de referência para a população idosa. Uma realidade cada vez mais presente em nossas vidas.
É bem verdade que ainda precisamos avançar na fiscalização de maus tratos e negação de direitos, humanização do atendimento, mas mais que isso: precisamos compreender o que essa nova sociedade deseja, sonha e quer como política pública.
Onde e como abrigar vidas inteiras com cuidado aos interesses e a pulsão de vida daqueles que ainda vivem e não aceitam apenas sobreviver?
Marcos Carvalho é professor, psicólogo e servidor público federal. Atualmente vereador em Anápolis pelo Partido dos Trabalhadores. Escreve todas às terças-feiras. Siga-o no Instagram.