Anápolis completará um mês de prejuízos causados por inundações sem obras e reparações às vítimas

Prefeitura fez empréstimo de R$ 100 milhões para restaurar cidade, mas até o momento não apresentou nenhum cronograma de execução das ações de infraestrutura nos pontos atingidos pela chuva nem como está gastando o dinheiro

Davi Galvão Davi Galvão -
Ponte que caiu na Avenida Independência, onde bombas teriam sido rompidas. (Foto: Weber Wiit/Rádio São Francisco)

Com a primeira semana de março chegando ao fim, as chuvas seguem sem dar trégua em Anápolis. No entanto, mesmo com as novas pancadas, até hoje muitos anapolinos seguem sofrendo as sequelas do temporal do último dia 12 de fevereiro.

Este é o caso, por exemplo, do advogado André Luiz de Almeida, que teve seu escritório, na Avenida Senador José Lourenço Dias, no Centro, devastado pela forte tempestade.

No momento do temporal, que ocorreu no período noturno, o local estava vazio, porém, ao chegar para trabalhar no dia seguinte, André se deparou com um cenário de completa destruição.

A água invadiu a entrada do edifício, estourando a porta do estabelecimento com a pressão. Móveis, eletrônicos e decorações foram completamente perdidos.

Nas imagens cedidas ao Portal 6 é possível ver a marca na parede referente à altura que a água alcançou, sendo nada mais nada menos que 1.60 metros. Além disso, um dos muros do edifício também foi levado ao chão.

O advogado comenta que agora está realizando uma perícia para avaliar os prejuízos e poder tomar medidas legais. Estima-se que, somente em dano material, tenha sido perdido aproximadamente R$ 200 mil.

Embora o lugar já esteja novamente atendendo os clientes, diversos móveis ainda devem ser repostos e o muro externo reconstruído.

Nas palavras dele, casos como esses são “reflexos de uma falta de planejamento em relação a situação por parte do Poder Público”.

Jorge Henrique Elias, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Anápolis e colega de profissão de André, passou por uma situação semelhante.

Isso porque o escritório do profissional, localizado na Vila Góis, foi totalmente arrasado pelas chuvas. Segundo Jorge, essa foi a terceira vez que o consultório dele foi destruído por causa de inundações.

A expectativa é entrar com uma nova ação na Justiça, pois já há uma em andamento referente à uma situação semelhante de 2020. Embora a perícia ainda não esteja concluída, estima-se que o prejuízo esteja entre R$ 200 mil e R$ 250 mil.

Conforme o advogado, ainda hoje, quase um mês após o incidente, o escritório não retornou com o funcionamento de antes, tendo em vista que diversos móveis, inclusive as cadeiras do local, foram completamente perdidos.

 

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Motoristas também sofrem

Jefferson Lopes, motorista de aplicativo há mais de 02 anos em Anápolis, lembra que chuvas fortes, como a do mês passado, prejudicam imensamente a fonte de renda daqueles que dependem desta atividade.

“Nessa última que teve, tive que parar e estacionar. Agora, quando chove, tem que tomar muito mais cuidado”, conta.

Desde 15 de fevereiro a cidade está em estado de emergência, decretado pelo prefeito Roberto Naves (PP). A gestão também recebeu autorização da Câmara Municipal para contrair um empréstimo de até R$ 100 milhões para financiar pavimentação, drenagem e recuperação de redes coletoras de águas.

A Prefeitura de Anápolis, no entanto, não apresentou até o momento nenhum cronograma de execução das obras de infraestrutura nos pontos atingidos pela chuva nem como está gastando o dinheiro.

A ponte que caiu na Avenida Independência é a mais emblemática das reconstruções necessárias. A via corta bairros populosos da região Leste e une as BRs 060 e 153.

Nem para tamanha tragédia, que causa tantos transtornos à população e ao trânsito, há data para início das obras.

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