Mãe e amigos de brasileiro de 16 anos morto em Toronto fazem vigília à luz de velas

Adolescente foi morto ao levar três facadas no peito dentro da estação Keele. Segundo a polícia local, Gabriel foi atacado repentinamente por um homem

Folhapress Folhapress -
Mãe e amigos de brasileiro de 16 anos morto em Toronto fazem vigília à luz de velas
Centenas de flores, velas e mensagens de apoio foram depositados no local em que ele foi morto. (Foto: Reprodução)

FRANCISCO LIMA NETO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cidade de Toronto, no Canadá, recebeu na noite de quinta-feira (30) uma vigília em homenagem ao brasileiro Gabriel Magalhães, 16 –que foi assassinado em uma estação de metrô da cidade no último sábado (25). A mãe do estudante, Andrea Magalhães, estava presente no ato.

O adolescente foi morto ao levar três facadas no peito dentro da estação Keele. Segundo a polícia local, Gabriel foi atacado repentinamente por um homem enquanto estava sentado em um banco da estação em frente aos telefones públicos, perto das escadas rolantes. Ele havia saído com amigos e voltava para casa, por volta das 20h.

Na quinta, com velas e buquês, a família e os amigos do estudante se uniram para uma caminhada até a estação de Keele.
Ao longo do percurso, segundo o jornal Toronto Star, uma multidão se juntou ao ato solene que alcançou 500 pessoas, entre elas, desconhecidos que foram prestar apoio.

A mãe de Gabriel ficou muito emocionada, de acordo com o veículo. Ela entrou na estação, foi até a plataforma e sentou-se no banco onde o adolescente estava quando foi atacado. Ela sentou no banco com o amigo que estava com o estudante no momento do ataque.
Andrea se ajoelhou, com a cabeça e os braços apoiados no banco, e chorou. A multidão ao redor foi às lágrimas com a cena.

Angela Shintani-Sandrowicz, que estava na estação no momento em que o adolescente foi esfaqueado e ajudou a socorrê-lo, abraçou Andrea e acendeu velas em sua memória.

Centenas de flores, velas e mensagens de apoio foram depositados no local. Os participantes da marcha se abraçavam e choravam a morte do brasileiro.

“Tem sido uma situação difícil, não vou mentir”, disse Joshua Rumbaua, um amigo que conhecia Magalhães há cinco anos, desde que ambos estavam no ensino médio. “Ainda não sei como processar tudo isso”, disse ao Toronto Star.

O assassino, o sem-teto Jordan O’Brien-Tobin, 22, estava detido menos de duas semanas antes do crime, mas recebeu liberdade condicional do Tribunal de Justiça de Ontário mesmo tendo várias acusações contra ele, incluindo uma agressão sexual contra uma mulher de Toronto.

Segundo a imprensa canadense, a ordem de liberdade continha uma determinação para O’Brien-Tobin passar por aconselhamento devido a “questões de saúde mental” assim como por abuso de substâncias químicas. Depois de atacar o brasileiro, o assassino fugiu do local, mas foi localizado pela polícia ainda na noite do sábado.

Após a agressão, paramédicos atenderam Gabriel no local do crime e o encaminharam para o hospital, mas ele não resistiu aos ferimentos.

“Ele estava sentado pacificamente em um banco. Eu não sei se [o assassino] tinha problemas mentais, ou por que ele decidiu dar fim à vida do meu filho. Algumas coisas precisam mudar. Meu filho [mais novo], Lucas, como vou deixá-lo sair? Quando isso vai parar, essa violência sem sentido?”, afirmou Andrea ao Toronto Star.

Ela contou que sua família se mudou para a cidade em 2000 com a impressão de que seria um local menos violento.
“Eu confiei no sistema. Eu confiei na segurança pública. Agora estou 100% sem esperança”, disse.

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