Governo de Goiás quer eliminar transmissão de HIV e sífilis em 14 municípios do estado

Marcelo Daher diz que estado está no caminho certo, mas ressalta pontos de atenção para que meta seja cumprida

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
(Foto: Arquivo/MDS)

A Secretaria da Saúde de Goiás (SES) elaborou um plano de ação para eliminar os casos de HIV e sífilis congênita, que se caracteriza pela transmissão para a criança durante a gestação, parto ou amamentação.

Assim sendo, a principal medida para cumprir o objetivo é a realização de um pré-natal completo e antecipado. O planejamento contempla 14 municípios, entre eles, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e Rio Verde.

Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde apontou que foram 3043 casos de gestantes com o vírus no período de 2007 a junho de 2022 no estado. – sendo 842 crianças foram expostas ao HIV entre 2015 a 2022.

O médico infectologista Marcelo Daher disse ao Portal 6 que o esforço do estado está no caminho certo, no entanto, há pontos de atenção no planejamento.

“Fazer com que todas as mulheres tenham acesso ao pré-natal com os exames adequados identifica essas doenças de forma precoce, assim como outras”, destacou.

O estado de Goiás já oferece o Teste da Mamãe, que garante a realização de exames tipicamente caros e realizados em laboratórios particulares. “Com isso, hoje, observamos uma diminuição clara dos casos”, afirma.

Contudo, o especialista aponta que o trabalho de conscientizar as mães sobre a importância do pré-natal precisa ser um foco, principalmente no caso dos grupos historicamente inacessíveis, como é o caso da população em situação de rua, usuárias de drogas e prostitutas.

“Não podemos ter uma postura passiva. Essas pessoas não vão às unidades de saúde, então o que precisa ser feito é enviar profissionais capacitados para essas periferias”, explica.

“É possível eliminar o HIV e sífilis congênita. Em Anápolis, o Serviço Ambulatorial Especializado em HIV/Aids (SAE) conseguiu fazer isso por alguns anos, mas precisamos de mais médicos e uma política de interiorização”.

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