Especialistas goianos explicam como identificar sinais de depressão em crianças e adolescentes

Na hora que o adolescente muda a configuração das relações, os pais precisam colocar eles no lugar de uma forma amorosa, afirma Wadson Gama

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
(Foto: Reprodução/Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Considerada o mal do século 21 pela Organização Mundial da Saúde, a depressão, junto com a ansiedade, se tornou perigosamente comum nos últimos anos. A faixa etária que vem causando mais preocupação é a de crianças e adolescentes que, além dos desafios do período de mudanças físicas, sociais e mentais, ainda precisam lidar com os efeitos da pandemia e da tecnologia.

De acordo com a psicóloga pela Universidade Evangélica de Goiás (UniEVANGÉLICA) e pós-graduanda em problemas do desenvolvimento na infância e adolescência, Ana Luisa de Melo Abrahão, esses motivos contribuem para o aumento de quadros depressivos e ansiosos entre esse grupo.

“Recebo crianças e adolescentes com sintomas de depressão ou ansiedade com muita frequência”, ressalta. A psicóloga explica que enquanto há pais que abrem espaço para diálogo, também existem famílias que não se atentam aos sinais. “Ninguém é melhor para dizer quando procurar um tratamento como o próprio filho.”

No entanto, muitas vezes, esse grupo não consegue verbalizar o problema, que reflete nos comportamentos. Assim, para Ana Luisa, o sinal mais importante para observar é a mudança de comportamento.

“Podem se isolar, ter dificuldades na escola, irritabilidade, agressividade, baixa na autoestima. Tudo isso merece atenção das famílias”, aponta.

Pandemia

Pesquisa da Universidade de São Paulo identificou que 36% dos jovens brasileiros desenvolveram esses quadros durante a fase mais aguda da pandemia da Covid-19.

“Principalmente depois da pandemia, vivenciamos uma situação muito complexa. Já vivíamos em uma sociedade que cobra do adolescente a alta performance”, diz o mestre em psicologia e especialista em psicologia social, Wadson Gama. Agora, os jovens também estão sujeitos aos efeitos das perdas e medos do Covid-19.

Além disso, o psicólogo aponta para mudanças em relação ao uso exacerbado de aparelhos eletrônicos, que expõem as crianças e adolescentes a um turbilhão de conteúdos e ao imediatismo.

“Na hora que o adolescente muda a configuração das relações, os pais precisam colocar eles no lugar de uma forma amorosa. Temos que falar sobre o diálogo, a escuta desse jovem”, finaliza.

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