Preso em Barcelona, Daniel Alves diz que perdoa a mulher que o acusa de estupro
"Não sei se ela está com a consciência tranquila, se dorme bem à noite. Eu a perdoo, ainda não sei por que ela fez tudo isso, mas eu a perdoo", disse o jogador Daniel Alves
IVAN FINOTTI
“Não sei se ela está com a consciência tranquila, se dorme bem à noite. Eu a perdoo, ainda não sei por que ela fez tudo isso, mas eu a perdoo”, disse o jogador Daniel Alves, em sua primeira entrevista na prisão em Barcelona, na Espanha. O texto foi publicado nesta quarta (21) pelo diário espanhol La Vanguardia.
Alves está no centro penitenciário de Brians 2 há cinco meses, após ser acusado por uma jovem de 23 anos de tê-la estuprado no banheiro de uma boate da cidade, na madrugada de 31 de dezembro.
“Resolvi dar essa entrevista, a minha primeira desde que estou aqui, para que as pessoas saibam o que penso. Que saibam o que vivi naquela naquela madrugada naquele banheiro. Até agora publicou-se uma história muito assustadora de medo e terror, que nada tem a ver com o que aconteceu, nem com o que eu fiz”, disse ele à jornalista Mayka Navarro, na tarde da última segunda-feira (19).
Sobre a noite de 31 de dezembro, o ex-jogador declarou ter “a consciência muito tranquila”. Ele afirmou ter proposto à jovem ir ao banheiro.
“O que não aconteceu é que eu tenha forçado aquela mulher a fazer tudo o que fizemos. Nós estávamos dançando muito perto por um tempo. Não nos beijamos nem nada. Mas era evidente pelos movimentos e olhares que havia uma atração.”
Ele negou ter agredido a moça. “Ela nunca me disse para parar. Ela também não fez nenhum gesto de querer ir embora. A porta ficava aberta o tempo todo, ela poderia ter saído porque eu estava sentado praticamente o tempo todo no vaso sanitário. O arranhão nos joelhos é por ela ter permanecido de joelhos enquanto fazia sexo oral em mim.”
Alves contou que começou a frequentar a boate Sutton em 2008 e disse não ter entendido por que os funcionários da casa agiram como agiram. “Era um lugar onde ia quando queria beber algo com a minha mulher, com os meus amigos. Conheço todos os funcionários. Nenhum deles pode dizer que em todos esses anos eu estive envolvido em algum incidente. Meu comportamento sempre foi exemplar. E é por isso que ainda não entendo como agiram naquela madrugada.”
Disse ainda que resolveu falar “para pedir desculpas à única pessoa a quem tenho de pedir desculpa, que é a minha mulher, Joana Sanz. Já pedi perdão pessoalmente a ela aqui, na prisão, mas devo fazê-lo publicamente, porque a história é pública, a ofensa é pública e ela merece essas desculpas públicas”.