Atirador mata ao menos 22 pessoas no Maine, nos EUA; polícia identificou e procura suspeito

Autoridades da região falam em "múltiplas ocorrências" atendidas até o momento

Folhapress Folhapress -
Veículo encontrado pela Polícia do suposto autor.
Veículo encontrado pela Polícia do suposto autor. (Foto: Departamento de Polícia de Lewiston).

GUILHERME BOTACINI

ATUALIZADA
BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) – Ao menos 22 pessoas foram mortas por atirador na cidade de Lewiston, a segunda mais populosa do estado do Maine, com cerca de 38 mil pessoas (cerca de 800 km a nordeste de Washington), na noite desta quarta-feira (25), segundo a polícia do município afirmou à imprensa local.

O número total de mortos e quantos estão feridos ainda não está claro. As comunicações públicas das polícias e autoridades da região falam em “múltiplas ocorrências” atendidas, que se iniciaram às 20h, no horário local.

Segundo a polícia local, as forças de segurança estavam lidando com uma ocorrência em um restaurante e em uma pista de boliche. A polícia do condado de Androscoggin, onde fica Lewiston, publicou uma foto de um homem branco segurando o que parece ser um rifle de longo alcance, não incomum em massacres recentes nos Estados Unidos.

A polícia de Lewiston publicou imagem do suspeito, Robert Card, 40, segundo as forças de segurança locais. Ele ainda está à solta, e ainda não há qualquer informação sobre a motivação para o ataque.

O hospital Central Maine Medical Center afirmou que sua equipe estava “reagindo a um episódio de atirador em massa com múltiplas vítimas” e estava em contato e coordenação com outros hospitais da região para receber os pacientes.

De acordo com a CNN americana, citando fontes na polícia local, de 50 a 60 pessoas estão feridas nos incidentes, embora ainda não esteja claro quantas delas foram atingidas por tiros. “Por favor, evitem as estradas para permitir o acesso dos socorristas aos hospitais”, disse a polícia.

Justin Juray, proprietário da pista de boliche onde as autoridades disseram que ocorreu o ataque, afirma que havia cerca de 100 a 150 pessoas, incluindo 20 crianças, na pista de boliche no momento em que o agressor entrou atirando com um rifle.

Dezenas de estudantes se abrigam no último andar da biblioteca do Bates College, uma faculdade privada local, mantendo-se abaixados entre as estantes de livros enquanto procuram atualizações sobre o caso pelas redes sociais.

O presidente americano, Joe Biden, foi informado sobre o caso, ligou para a governadora democrata do estado, Janet Mills, e ofereceu “auxílio federal completo” para lidar com o ataque, de acordo com a Casa Branca.

“Estou ciente e fui informada sobre a situação em Lewiston. Insto todas as pessoas na área a seguir as instruções das autoridades estaduais e locais. Continuarei monitorando a situação e mantendo contato próximo com os responsáveis pela segurança pública”, afirmou a governadora.

O procurador-geral, Merrick Garland, foi informado sobre o ataque e funcionários do FBI, a polícia federal americana, estão no Maine auxiliando as autoridades locais.

A população do pequeno estado do Maine é pouco acostumado a ver muitos homicídios. Segundo dados do CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o estado registrou uma taxa de homicídios de 1,7 para cada 100 mil habitantes em 2021, o que fez do Maine a terceira menor taxa entre os 50 estados.

Com 22 mortes, o episódio de hoje já soma mais óbitos do que em todo o ano de 2021 (20) e o total de mortes registradas em 2020 (21).

Os Estados Unidos convivem com ataques de atiradores com múltiplas mortes nos últimos anos, algo que tem instigado discussões sobre o acesso a armas no país e a mudanças na estratégia de abordagem das forças policiais.

Casos como o massacre de Uvalde, no Texas, em maio de 2022, que deixou 19 crianças e 2 adultos, gerou indignação entre defensores de maior controle armas. Na ocasião, Biden questionou em entrevista coletiva quando o país iria “enfrentar o lobby das armas”.

Além disso, relatório posterior sobre a atuação da polícia apontou “erros sistêmicos” da abordagem e falta de liderança adequada, que colaboraram para o alto número de mortes.

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