Saúde em Anápolis agoniza no último ano de mandato do prefeito Roberto Naves

"Cidade está jogada às traças e os políticos procurando novos ninhos e interessados em qualquer coisa para se manter no poder"

José Fernandes José Fernandes -
(Foto: Arquivo Pessoal/ José Fernandes)

Imagine que você precise realizar o exame de ultrassonografia, pelo SUS, em Anápolis. Terá que esperar mais de 27 mil exames na sua frente.

Agora imagine que você precise de uma consulta com dermatologista. Terá que aguardar 4 mil pessoas, que estão na frente.

Agora imagine que você é médico cirurgião, e trabalha no único Hospital Municipal. Já está completando três meses que o salário está atrasado.

Imagine que você trabalhe como credenciado, na função de dentista. O local onde o paciente deita está estragado, falta luvas e materiais para você trabalhar. Você vai ficar sem fazer nada, mas nas eleições “já sabe né?”

Se for feriado ou se esse credenciado ficar doente, não irá receber nada no salário. E nada de férias e 13º salário.

Imagine que você seja um profissional da enfermagem. O dinheiro do seu Piso já está no caixa da Prefeitura e você não recebe. Fica estrangulando todos e sequer comunica com os interessados.

Agora imagine que você trabalhe em um local especializado, de pacientes com doenças infecciosas, como AIDS. O dinheiro que mantém esse programa, vem de Brasília (Governo Federal). Cabe ao município repassar e fazer a gestão dos recursos e dos profissionais. Mesmo assim, o programa, que já existe há mais de 20 anos, está em ruínas.

Imagine que o seu filho, menor de idade, fraturou o antebraço. Antes, era resolvido tudo na cidade. Agora, tem que ir se tratar na capital.

Agora imagine que o seu tornozelo e joelho estão quebrados. Você está internado esperando a cirurgia. Recebe a notícia de que será transferido para Uruaçu, Ceres ou Pirenópolis para se tratar, porque Anápolis não tem condições.

Imagine que você tenha dor na coluna. Diagnóstico de hérnia de disco ou tumor. Antes tudo era resolvido em Anápolis. Tínhamos cirurgiões trabalhando, inclusive à noite e aos finais de semana. Na gestão desse prefeito, tudo acabou.

Imagine que você tenha um problema no coração e precise de cateterismo ou cirurgia cardíaca. O único cirurgião da cidade, pelos últimos 25 anos, foi dispensado e a solução proposta não produz nem a metade do que era feito.

Imagine.
Agora imagine.
Aliás, não precisa imaginar. É a realidade.
Pensando bem, imagine que estamos em dezembro e o fim da gestão desse prefeito chegou!

Digo fim da gestão, porque a cidade está jogada às traças e os políticos, a começar pelo prefeito, procurando novos ninhos e interessados em qualquer coisa para se manter no poder.

Anápolis precisa dos anapolinos.
É isso.

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo MDB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade
PublicidadePublicidade