Região esquecida pela Prefeitura de Goiânia vive há anos sem hospital e infraestrutura básica

Alagamentos, asfalto esburacado e praças depreciadas são algumas das queixas de quem mora na região

Augusto Araújo Augusto Araújo -
UPA do Jardim Guanabara, em Goiânia, está fechada desde 2020. (Foto: Captura/Google Street View)

Os moradores do Residencial Felicidade, bairro localizado na região do Setor Guanabara, em Goiânia, estão vivendo um verdadeiro caos há anos, após serem praticamente esquecidos pela prefeitura.

Ao Portal 6, a produtora audiovisual Adrielly Campos explicou que o local não possui sequer um hospital para atendimento de urgências, visto que o Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) foi fechado para reformas durante a pandemia de Covid-19, ainda em 2020.

No entanto, a unidade de saúde nunca voltou a funcionar. “Nesse sentido, a comunidade está completamente abandonada”.

Dessa forma, os moradores precisam se deslocar a hospitais afastados, em setores como o Vila Nova e Urias Magalhães, para conseguirem ser atendidos.

Além disso, outra questão que preocupa é o acúmulo de resíduos descartados nas ruas do bairro.

“Há lixo por toda parte. O Residencial Felicidade parece área de descarte. Tem móveis velhos, materiais de construção, galhos, tudo o que imaginar, espalhado pelos cantos”.

Não o bastante, ela ainda apontou que o asfalto é completamente esburacado, as pracinhas estão abandonadas e depreciadas, além de que os moradores precisam lidar com alagamentos na região.

“Existe um córrego aqui perto de casa que divide os setores Residencial Guanabara e o Residencial Felicidade. Em dias de chuva forte, a ponte que liga os dois bairros alaga e quem mora no Residencial Guanabara fica completamente ilhado, sem acesso a nada, pois tudo (escola, supermercados, padaria, posto de saúde) fica no Jardim Guanabara, que é o setor ao lado”.

Por fim, ela manifestou o descontentamento com a falta de retorno para a comunidade em forma de investimentos públicos.

“Quando você paga os impostos, você espera retorno do dinheiro em forma de investimentos públicos. Você espera que tenha asfalto de qualidade, limpeza urbana, escolas, segurança pública, saúde, transporte coletivo. Você espera que essas coisas funcionem dignamente. E isso não está acontecendo”, desabafou.

IPTU mais caro

Apesar de todos os apontamentos feitos por Adrielly, o bairro ‘esquecido’ pela prefeitura foi lembrado em 2024, mas de uma forma negativa.

Isso porque o Poder Público aumentou o valor venal – estimativa sobre o valor de um imóvel – em mais de 33%, fazendo com que a cobrança do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) subisse também.

“Esse ano veio cobrando muito mais caro, como se o imóvel tivesse tido melhoria. Mas para você ter uma ideia, ano passado eles colocaram placas de área de risco [de inundação] aqui na porta de casa, por conta da barragem do João Leite”.

A produtora de conteúdo afirmou que, ao tentar negociar esse reajuste com a administração pública, a família recebeu apenas uma confirmação verbal de que o valor seria alterado, mas sem a assinatura de nenhum documento que desse segurança jurídica de que a medida aconteceria de fato.

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