Como vive a família de Thais Medeiros 1 ano após forte reação à pimenta: “Minha dificuldade é a falta dela”

Ao Portal 6, mãe da jovem contou detalhes de como tudo aconteceu e da rotina que vive com a filha e netas

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Adriana Medeiros, mãe de Thais Medeiros. (Foto: Portal 6)

“Minha dificuldade é a falta dela”. Esse é o sentimento de Adriana Medeiros ao viver o dia 17 de fevereiro. A data, que em 2023 passou batido para muitos, marcou o início de uma longa jornada na vida da família dela.

Na ocasião, a filha, Thais Medeiros, durante um almoço na casa do ex-namorado, em Anápolis, sofreu uma grave reação alérgica ao cheirar uma pimenta bode.

Passado exatamente um ano do caso, a vida dos familiares da jovem, especialmente da mãe e do pai, Sérgio Alves, é marcada por sucessivas idas a hospitais, fisioterapias, medicamentos e sondas.

Thaís Medeiros, jovem que teve reação alérgica à pimenta, em Anápolis. (Foto: Arquivo Pessoal/Adriana Medeiros)

Rotina

A rotina de cuidados tem início por volta das 05h30, que é o momento em que a genitora acorda para administrar os remédios, fazer a limpeza e alimentar a própria filha.

Todo o processo se repete ao longo do dia e, quando a noite chega, a atenção é redobrada, uma vez que é necessário virar a jovem da maca de 02h em 02h, devido às lesões que têm corpo.

“O pior é lidar com ela desse jeito, o tempo todo e eu não poder fazer nada, além de orar e pedir a Deus que ele faça a vontade dele. Se for a vontade de Deus eu não quero ela sofrendo”, disse Adriana, em entrevista ao Portal 6.

O home care – também conhecido como assistência domiciliar – é um serviço de cuidados de saúde prestado por profissionais na residência onde o paciente reside e, atualmente, uma das várias lutas que a família trava para uma melhoria na vida da jovem.

A atividade, que pode ser ofertada de maneira gratuita, chegou a ser concedida pela Justiça de Goiás, mas, até o momento, explica Adriana, o Poder Público não cumpriu a decisão.

“A Thais é dependente para tudo. Então, seria muito importante. E eu vou para luta porque é o direito dela. O que eu puder fazer pela minha filha, eu vou correr atrás”, explicou.

Adriana é mãe de Thaís Medeiros. (Foto: Reprodução/Instagram)

Relação com as filhas

Dentro de casa, as filhas da jovem, Valentina, de 08 anos, e Antonella, de 06 anos, acompanham os cuidados e servem como ponto de apoio e alívio em meio a preocupações e incertezas.

Segundo Adriana, desde o incidente, as netas tentam auxiliar nos cuidados e fazer companhia à mãe ao longo do dia e nas horas de sono. No quarto onde Thais dorme, por exemplo, ao lado da cama dela, está a da caçula, que é descrita pela avó como o ‘grude’ da mãe.

Mesmo com a presença da jovem, a situação ainda não é bem compreendida pelas crianças que, constantemente, dizem sentir falta dos bolos, doces e das tranças que a mãe sempre fazia.

“Elas sentem aquele carinho, mas elas não sabem o quão grave é a situação. A gente não sabe o que pode acontecer. Elas sentem falta da voz da mãe, do bolo que ela fazia, dos doces que ela fazia, das tranças, elas falam sempre”, revela.

Thais Medeiros e Antonella (Foto: Arquivo Pessoal/ Adriana Medeiros)

Redes sociais

Para tentar arrecadar dinheiro e, consequentemente, ajudar nas despesas envolvendo o tratamento, a família utiliza as redes sociais, principalmente o Instagram, para conseguir doações e mostrar o desenvolvimento da jovem.

Mas, o que é por vezes um ponto de apoio e de demonstração de afeto, é também um espaço de resistência e de comentários ofensivos. Dia após dia, Adriana narra receber mensagens maldosas direcionadas à filha.

“Algumas pessoas acham que nunca vão passar por isso. Eu também não achava que eu iria passar por isso, mas nem eu e nem a Thais, jamais teríamos coragem de fazer qualquer tipo de comentário que desagradasse a alguém. Eu não sei se essas pessoas que fazem isso teriam o mesmo amor que eu tenho com a minha filha. Se elas fariam isso, se elas gostariam de estar no meu lugar”, reflete.

Thais agora está em casa com a família. (Foto: Reprodução/Instagram)

Apesar das incertezas, dos comentários e da luta, Adriana afirma que a plataforma serve como uma rede de apoio e que continuará “lutando pelos direitos da filha e da saúde dela”.

“Eu tenho que cuidar dela. Não me importa o que eu tenho que fazer para cuidar dela, eu quero fazer tudo por ela”, diz.

Os interessados em ajudar podem fazer uma doação por meio do site VOAA. O link para doação está disponível na biografia do Instagram da jovem, @thaismedeiiros_.

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