Paris relança centenária ‘corrida dos garçons’ às vésperas das Olimpíadas

Objetivo desta edição era mostrar a qualidade dos serviços franceses e, ao mesmo tempo, afastar o estereótipo dos garçons parisienses como rabugentos

Folhapress Folhapress -
Paris relança centenária ‘corrida dos garçons’ às vésperas das Olimpíadas
Imagem de edição anterior da Corrida dos Garçons. (Foto: Pront/YouTube)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A poucos meses das Olimpíadas de Paris, a cidade relançou neste domingo (24) sua corrida dos garçons dos cafés –que, criada há mais de um século, em 1914, ganhou um nome mais adequado aos novos tempos, “corrida dos cafés”, neutro em termos de gênero.

O objetivo desta edição era mostrar a qualidade dos serviços franceses e, ao mesmo tempo, afastar o estereótipo dos garçons parisienses como rabugentos.

O evento não acontecia há 13 anos e, para reavivar a tradição, 200 garçons e garçonetes de cafés da capital percorreram 2 km equilibrando um café, um croissant e um copo d’água em suas bandejas redondas.

Eles não podiam derramar nada durante o trajeto, e correr também era proibido. Os participantes usavam camisa branca e calça preta, uniforme comum dos funcionários desses estabelecimentos.

As regras foram semelhantes àquelas das edições anteriores, cujos trajetos tiveram até até 11 km de extensão.

A principal diferença é que, nelas, eram garrafas de bebidas alcóolicas que eram transportadas, como de vinho e de Aperol. Em pelo menos uma dessas corridas, ocorrida em 1932, todos os participantes ganhavam a garrafa de vinho do porto que levavam –isto é, desde que ela tivesse se mantido intacta ao longo do percurso.

O índice de garrafas quebradas foi particularmente alto em 1948, quando os competidores foram autorizados a correr.

Em uma edição de um veículo da época resgatada pelo periódico Le Figaro, os jornalistas narram que nunca imaginariam ser possível “correr da Madeleine até a República [bairros de Paris] com uma bandeja com duas garrafas, três copos vazios e um copo d’água cheio sem quebrar ou derramar nada”.

“E estávamos certos: é impossível”, prossegue o texto. “Este ano, os garçons provaram que conseguem correr, mas deixaram cair a maior parte das garrafas na rua –para alegria dos motoristas e dos pneus de seus carros.”

Os organizadores da corrida dizem que a tradição foi exportada para mais de 50 países ao longo de sua existência, incluindo cidades como Berlim, Buenos Aires, Londres, Tóquio e Washington.

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