Acusado de crimes sexuais, prisão do pastor Davi Passamani ocorreu após abertura de nova igreja em Goiânia

Em coletiva de imprensa, delegada informou que ministrações simbolizavam risco às mulheres

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Davi Passamani
Davi Passamani. (Foto: Reprodução)

A abertura de um novo local para realização de pregações foi um dos motivos apontados pela Polícia Civil (PC) para a prisão do pastor e fundador da igreja A Casa, em Goiânia. Davi Vieira Passamani, de 44 anos, é suspeito de ter cometido importunação sexual contra uma fiel. Ele foi preso pela Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM) na última quinta-feira (04).

Em coletiva de imprensa realizada na Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP), a delegada Amanda Menuci explicou que o investigado havia sido afastado da instituição religiosa em dezembro de 2023. No entanto, em fevereiro deste ano, ele inaugurou um espaço, no Parque Amazônia, em Goiânia, para continuar a atividade.

Conforme a delegada, o retorno de Davi para as ministrações simbolizava um risco a outras mulheres, uma vez que utilizava da habilidade como pastor para supostamente praticar o crime.

“A presença dele na sociedade estava colocando em risco a segurança das mulheres, nesse caso segurança sexual. Porque onde ele praticava os crimes era no ambiente religioso”, explica.

Uma das denúncias mais recentes e que segue sendo investigada pela Polícia Civil (PC), aconteceu em dezembro de 2023 contra uma jovem, de 20 anos, que havia se mudado do Rio de Janeiro (RJ) para Goiânia e era uma das frequentadoras de A Casa.

Conforme as investigações, a vítima havia procurado pelo líder religioso para pedir conselhos amorosos, pois enfrentava uma crise no relacionamento.

Ao saber do estado da jovem, ele a abordou nas redes sociais, iniciou uma conversa e, em seguida, fez uma ligação em que aparecia se masturbando. No decorrer da conversa, o suposto autor ainda teria pedido para que a mulher se tocasse.

Outras duas mulheres, também ex-integrantes de A Casa, já haviam denunciado o pastor pela prática de importunação sexual. Os relatos se assemelham ao da jovem, conforme revela a delegada.

“Todas elas eram vítimas vulneráveis, estavam ali com ele, que tinha total hierarquia sobre elas, e elas estavam em estado de subordinação. Elas eram captadas por ele, havia esse início bíblico da contestação [nas conversas] e depois ele partia para a prática do crime”, explica.

Um dos casos chegou a ser denunciado pelo Ministério Público (MPGO) no dia 28 de abril de 2020 e se referia a uma ação ocorrida em janeiro de 2019. No entanto, a investigação foi arquivada.

Já na outra denúncia, Davi realizou um acordo com o MPGO e foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil. A Polícia não descarta a possibilidade de haver outras vítimas. 

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