Mães de alunos de colégio militar de Anápolis denunciam calote em formatura: ‘enrolando desde 2020’

Diversas famílias procuraram o Portal 6 para contar a situação e compartilhar mensagens e áudios afrontosos de empresária citada no esquema

Samuel Leão Samuel Leão -
Mães fazem denúncias à empresa Patrícia Sarjes. (Foto: Reprodução)

Entre alunos de qualquer Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG), o sonho da tradicional formatura do Ensino Médio acompanha todo o período escolar. Na unidade Gabriel Issa, em Anápolis, não é nada diferente.

Porém, em 2020, tal cerimônia foi impedida pela pandemia, mas não antes de ter sido paga e planejada pelas famílias.

Com custo médio de R$ 2,5 mil, dezenas de mães pagaram o evento para a produtora Patrícia Sarjes, proprietária da Patrícia Sarjes Eventos, mas relatam terem levado calote da profissional – já que teriam ficado sem a festa e o dinheiro.

Ao Portal 6, diversas famílias – impulsionadas pela exposição do escândalo revelado em investigação da Superintendência de Inteligência Integrada da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSPGO) – apresentaram os contratos, processos e até mensagens da mulher, denunciando o “golpe” sofrido.

“Ela falou que, quando acabasse a pandemia, poderia fazer a formatura para quem quisesse. Mas quase ninguém quis e, depois disso, ela foi embromando e não nos pagou até hoje”, apontou uma das mães, cujo filho estudava na unidade.

Em alguns casos, o pagamento foi feito usando o cartão de crédito de terceiros, acarretando dívidas e outras dores de cabeça para os pais. Mesmo respondendo a processos, Patrícia teria optado por bloquear diversos contatos que a cobravam.

“Estamos com um processo contra ela desde 2020, mas segue nos enrolando, nada foi resolvido e não tivemos nenhum respaldo do colégio, nenhum apoio”, desabafou outra.

Tentativa de contato de um pai de aluno com a empresária. (Foto: Captura)

Relatos apontam ainda reações ríspidas da empresária às cobranças recebidas – o que teria gerado constrangimento, além de manter a situação em inércia, sem resolução.

“Isso começou hoje, aí você me manda mensagem dia 1º, não dá, né? Estamos dentro do nosso prazo, vou pedir para você me mandar mensagem dia 1º de janeiro. A cada 15 dias você me manda mensagem, aí eu vou passar a não te responder”, ironizou Patrícia, em um dos áudios enviado à reportagem.

Sendo assim, a tão aguardada apresentação com as túnicas brancas, que geralmente acontecem no Estádio Jonas Duarte, ficaram no imaginário – ao contrário do investimento feito.

O Portal 6 buscou contato com a assessoria jurídica da empresa Patrícia Sarjes Eventos, que expressou contrariedade às denúncias.

Segundo a defesa, “todos que entraram em contato e se dispuseram a fazer acordos para recebimento, foram e estão sendo ressarcidos”.

Confira o posicionamento abaixo, na íntegra:

“Referente a esses débitos, todos que entraram em contato e se dispuseram a fazer acordos para recebimento, foram e estão sendo ressarcidos. Independentemente de terem entrado com ação ou não.

A questão é que preciso que entrem em contato comigo para que eu possa verificar uma ordem de pagamento e informar as condições que os pagamentos podem ser realizados. Informo desde já que os pagamentos não são realizados em uma única parcela, visto que desde a pandemia a empresa está buscando angariar fundos, pois ficou por cerca de três anos, quase, parada.

Esse ressarcimento dependerá de quem entrar em contato comigo, me enviar o contrato ou distrato feito. Daí poderei falar com financeiro da empresa e ver as possibilidades de pagamento.

Se for necessário, te informo os processos judiciais que foram feitos acordos para que possam verificar a veracidade da minha informação”.

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