O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou mais de US$ 8 bilhões (R$ 43,7 bilhões) em assistência militar para a Ucrânia nesta quinta-feira (26) para ajudar o país a “vencer esta guerra” contra a Rússia. Ele usou a visita do presidente Volodimir Zelenski a Washington para afirmar, também, que os EUA facilitarão o envio de armas de longo alcance para Kiev.
“Utilizaremos esta ajuda crucial da forma mais eficaz e transparente possível para alcançar nosso principal objetivo comum: uma Ucrânia vitoriosa, uma paz justa e duradoura e segurança transatlântica”, escreveu Zelenski nas redes sociais, antes de se reunir com Biden na Casa Branca.
A ajuda inclui o primeiro envio de uma bomba planadora de precisão, com alcance de até 130 km e que é lançada de caças.
Durante encontro na Casa Branca, no meio da tarde, Biden, disse a Zelenski que “a Rússia não vencerá”, ao receber o presidente ucraniano para discutir o “plano de vitória” de Kiev contra Moscou.
“A Rússia não vencerá. A Ucrânia vencerá e continuaremos a apoiá-los em cada passo do caminho”, disse Biden no início da reunião com Zelenski, vestido com suas roupas de estilo militar no Salão Oval.
A maior parte da nova ajuda, US$ 5,5 bilhões (R$ 30 bilhões), será alocada antes do fim do ano fiscal dos EUA, na segunda-feira (30).
Outros US$ 2,4 bilhões (R$ 13 bilhões) estão sob a Iniciativa de Assistência de Segurança à Ucrânia, que permite ao governo americano comprar de empresas as armas para Kiev, em vez de retirá-las dos estoques dos EUA.
Isso fornecerá à Ucrânia defesa aérea adicional, sistemas aéreos não tripulados e munições ar-ar, além de fortalecer a base industrial de defesa do país, disse Biden.
O presidente disse ainda que o Departamento de Defesa irá reformar e fornecer à Ucrânia uma bateria adicional de defesa aérea Patriot e mais mísseis Patriot.
Biden ordenou ao Pentágono que amplie o treinamento para pilotos ucranianos de F-16, inclusive apoiando o treinamento de mais 18 militares no próximo ano.
Enquanto isso, o Kremlin afirmou nesta quinta que a mudança na doutrina russa sobre o uso de armas nucleares, anunciada um dia antes pelo presidente Vladimir Putin, deve ser considerada “uma advertência” ao Ocidente, em um cenário de tensão desde o início da ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
“Isto deveria ser considerado uma advertência específica”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. “É um sinal que alerta estes países para as consequências de participarem em um ataque ao nosso país com diversos meios, não necessariamente nucleares”, acrescentou.
Putin anunciou na quarta a intenção de ampliar as normas da Rússia sobre o uso de seu armamento nuclear, o que permitiria utilizá-lo em resposta a um ataque aéreo “em massa”.
A proposta também permitiria a Moscou responder com armas nucleares contra Estados que recebam apoio de potências nucleares, uma referência clara à Ucrânia e aos seus aliados ocidentais. A União Europeia chamou de “imprudente e irresponsável” a decisão de Putin.
“Não é a primeira vez que ele está brincando com seu arsenal nuclear”, disse aos jornalistas o porta-voz de política externa da UE, Peter Stano.