Em meio a uma escalada na guerra no Oriente Médio e à ameaça de novos ataques entre Israel e Irã, os Estados Unidos anunciaram neste domingo (13) que vão enviar sistemas antimísseis avançados e cem soldados para operá-los a Tel Aviv.
De acordo com o Pentágono, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou que o Departamento de Defesa utilizasse o chamado Thaad (Terminal de Defesa de Área de Alta Altitude, na sigla em inglês) para proteger Israel de eventuais ataques de mísseis balísticos do Irã.
No último dia 1º, Teerã realizou disparos desse tipo contra o território israelense, uma retaliação ao assassinato do líder do grupo armado libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, e à invasão do Líbano. Israel prometeu responder e sinalizou que pode atingir a infraestrutura petrolífera iraniana ou até mesmo suas usinas nucleares.
Ataques assim dariam mais um passo em direção a uma guerra generalizada na região em um momento em que Israel está sob forte crítica da comunidade internacional pela invasão ao Líbano e por ataques contra a missão de paz da ONU naquele país.
Com o envio dos sistemas antimísseis e soldados, os EUA sinalizam que não pretendem restringir o aliado e se preparam para defendê-lo em caso de retaliação iraniana.
“O sistema Thaad vai aumentar a capacidade de defesa aérea de Israel”, disse o porta-voz do Pentágono, general Patrick Ryder. “Essa ação demonstra o apoio inabalável dos Estados Unidos à defesa de Israel e vai proteger americanos [no país] de novos ataques balísticos do Irã.”
No sábado, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversou por telefone com seu colega israelense, Yoav Gallant. Segundo o Pentágono, Austin demonstrou preocupação com os ataques de Israel contra os capacetes azuis da ONU.
Gallant, por sua vez, diz que seu país mira o Hezbollah e afirmou, sem provas, que o grupo armado utiliza bases da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) para lançar mísseis.
Países que contribuem com militares para a Unifil, principalmente da Europa ocidental, vêm intensificando críticas a Israel. A Itália falou em possíveis crimes de guerra e disse que não obedecerá ordens de Tel Aviv para que os militares da ONU se retirem, e a França convocou o embaixador israelense para dar explicações -um movimento diplomático que expressa grave insatisfação.