Promotores federais nos Estados Unidos afirmaram nesta sexta-feira (8) que conspiradores iranianos planejaram assassinar o presidente eleito, Donald Trump, durante a corrida à Casa Branca.
Segundo documentos mencionados pelo jornal The New York Times, uma das pessoas supostamente envolvida disse às autoridades que recebeu ordens, no mês passado, para executar o plano. As determinações teriam sido feitas pela Guarda Revolucionária iraniana, a força de elite do país.
O Departamento de Justiça acusou formalmente três homens de conspiração. Um deles, identificado como Farhad Shakeri, 58, é cidadão iraniano e foi deportado dos EUA em 2008 após uma condenação por roubo, de acordo com informação da inteligência. O homem teria sido encarregado de “fornecer um plano para matar Trump” e, acredita-se, atualmente está no país do Oriente Médio.
Os outros dois indivíduos acusados, Carlisle Rivera e Jonathon Loadholt, teriam conhecido Shakeri na prisão e participado de outra conspiração, esta para assassinar uma cidadã americana de origem iraniana descrita como crítica do regime dos aiatolás.
Os promotores não identificaram o alvo, mas as descrições remetem a Masih Alinejad, jornalista e ativista que criticou o rígido código de vestimenta imposto pelo regime às mulheres iranianas. Quatro pessoas já tinham sido acusadas, em 2021, de envolvimento em um plano para sequestrá-la e, em 2022, um homem foi preso depois de ser flagrado à espreita e com um fuzil próximo da casa da potencial vítima.
“As acusações anunciadas hoje expõem as contínuas e descaradas tentativas do Irã de atingir cidadãos americanos, incluindo o presidente eleito, Donald Trump, outros líderes governamentais e dissidentes que criticam o regime de Teerã”, disse Christopher Wray, diretor do FBI.
“O Irã tem conspirado com criminosos e assassinos de aluguel para atingir e matar americanos, em solo americano. Isso não será tolerado.”
Procurados pela agência de notícias Reuters, os advogados de Rivera e Loadholt não tinham se manifestado. A defesa de Shakeri não foi encontrada.
Outros supostos planos para assassinar Trump antes da eleição já tinham vindo à tona. Um deles foi detectado em julho, antes do atentado a tiros contra o republicano em um comício na Pensilvânia
Autoridades dizem que as ameaças são indício de planos de longa data elaborados por Teerã para vingar o assassinato do general Qassim Suleimani, então chefe da Força Quds, um ramo da Guarda Revolucionária iraniana responsável por operações no exterior. Um ataque com drone autorizado por Trump, à época presidente, foi responsável pela morte do líder militar na primeira semana de 2020.
Outras ameaças contra autoridades da primeira gestão do republicano, como Mike Pompeo, ex-secretário de Estado, e John Bolton, ex-conselheiro de segurança nacional, fizeram com que ambos recebessem proteção do governo americano mesmo depois de deixarem o cargo.