Clínica Karine Gouveia fornecia tratamentos diferentes dependendo do poder aquisitivo dos clientes, afirma PC
Intervenções, especialmente em famosos e celebridades, eram feitas com as medicações e profissionais adequados
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A Polícia Civil (PC) afirmou, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (18), que havia uma clara distinção entre o tratamento fornecido aos pacientes da clínica de estética Karine Gouveia, dependendo do poder aquisitivo de cada cliente.
Ambas as clínicas, em Goiânia e Anápolis, eram bastante procuradas, especialmente por conta da publicidade dos estabelecimentos, bem como pela divulgação de famosos, que chegaram a inclusive a realizar procedimentos com Karine.
Como detalhado pelo delegado Daniel Oliveira, as intervenções realizadas em celebridades eram “minimamente invasivas”, sendo que, com eles, eram utilizados os “bons produtos”, de forma consciente.
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Karine Gouveia ao lado do ex BBB Caio Afiune. (Foto: Redes Sociais)
Por outro lado, a maior parte das vítimas que apresentaram complicações eram de baixo poder aquisitivo e que também se submetiam a procedimentos mais invasivos.
A PC também afirmou que foram identificados, através de laudos médicos, substâncias de uso restrito como PMMA, que não é recomendado para fins estéticos, pois pode favorecer casos de necroses, cegueiras e embolias, podendo ser fatal.
O delegado destacou que a unidade da clínica em Anápolis sequer tinha um alvará de funcionamento. Já na clínica de Goiânia, o estabelecimento tinha apenas autorização da vigilância sanitária para realização de procedimentos minimamente invasivos relacionados a estética.
Inclusive, a atividade econômica apontada no alvará e na Receita Federal da unidade na capital estava como uma subclasse do atendimento de cabeleireiro.
Apesar disso, a PC afirmou que eram realizadas verdadeiras cirurgias no local, sem condições mínimas para tal. Dentre os agravantes, foram citados equipamentos em péssimas condições, como bisturi cego, além de falta de iluminação e também esterilização dos equipamentos.
Questionado, o delegado confirmou que tanto Karine quanto o marido e também sócio, Paulo César, tinham conhecimento e ciência da qualidade dos produtos e das atividades irregulares realizadas lá, estando ambos no topo da organização criminosa.