Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname foragido da Justiça, morre aos 79
Bouterse foi condenado em 2019 pela execução de 15 opositores políticos após um golpe de Estado para tomar o poder, em 1982

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-ditador do Suriname Desi Bouterse morreu aos 79 anos nesta terça-feira (24), quase um ano após ter fugido das autoridades para evitar ser preso.
Bouterse foi condenado em 2019 pela execução de 15 opositores políticos após um golpe de Estado para tomar o poder, em 1982.
“O governo foi informado, por meio da família e de suas próprias investigações, sobre o falecimento do senhor D. Bouterse, ex-presidente da República do Suriname”, disse o ministro das Relações Exteriores, Albert Ramdin, à agência Reuters nesta quarta (25).
O governo não confirmou onde ocorreu a morte, nem mesmo em qual país. Na semana passada, as autoridades surinamesas invadiram a casa do ex-ditador, mas não o encontraram. Apoiadores se reuniram lá para prestar homenagens a ele na manhã desta quarta.
Bouterse administrou o país sul-americano como ditador de 1980 a 1987. Ele voltou ao poder em 2010, via eleições. Na ocasião, o seu partido, o NDP (Partido Nacional Democrata), foi o mais votado, e ele assumiu o comando da nação depois de ter seu nome escolhido pelo Congresso no Suriname, a eleição presidencial é indireta. Ele deixou o cargo em 2020.
Em 1999, Bouterse foi condenado por tráfico de drogas por uma corte holandesa, embora tenha negado qualquer crime. Em 2005, a Justiça do Suriname condenou seu filho, Dino, por formação de quadrilha e tráfico de cocaína, armas e carros de luxo.
Em 2019, enquanto ainda liderava o país, Bouterse recebeu uma sentença de 20 anos de prisão por um tribunal do país.
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O tribunal concluiu que o ex-ditador supervisionou uma operação na qual soldados sob seu comando sequestraram 16 críticos do governo com projeção incluindo advogados, jornalistas e professores universitários e mataram 15 deles em uma fortaleza colonial na capital, Paramaribo.
Outras seis pessoas também foram condenadas pelas execuções. Bouterse afirmou que os homens assassinados estavam ligados a um plano de invasão da antiga colônia holandesa.
Após anos de idas e vindas jurídicas, Bouterse foi intimado a se apresentar na prisão em janeiro, mas não apareceu na data marcada.