Anvisa proíbe produto que todo mundo conhece alguém que usa e pode causar câncer
Decisão é baseada em estudos que mostram riscos graves à saúde, inclusive câncer, doenças pulmonares e dependência de nicotina


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou, em 2024, a proibição total dos cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, no Brasil.
Desde 2009, a fabricação, importação, comercialização, distribuição e propaganda desses dispositivos está proibida no país e a decisão foi mantida por unanimidade pelos diretores da agência.
A nova análise da Anvisa levou em conta evidências científicas atualizadas, que mostram que os vapes não são seguros, não ajudam a parar de fumar e, pior, podem aumentar o risco de dependência e desencadear doenças graves, como câncer e problemas respiratórios.
Riscos graves à saúde
Entre os principais malefícios apontados estão danos pulmonares, cardiovasculares, aumento do risco de asma, bronquite e até câncer de pulmão.
A professora Ashley Merianos, da Universidade de Cincinnati (EUA), afirmou em entrevista à DW que “os vapes podem estar associados a problemas pulmonares, inclusive asma. E os estudos limitados indicam que até a exposição passiva aos aerossóis está ligada a sintomas e doenças respiratórias”.
Um estudo realizado na Coreia do Sul mostrou que pessoas que trocam o cigarro comum pelo vape continuam com risco elevado de câncer, superando até os que largaram completamente o hábito.
Isso acontece porque os vapes, apesar de não queimarem tabaco, aquecem líquidos com nicotina, aromatizantes e solventes que se transformam em partículas tóxicas.
Não ajudam a parar de fumar
A Anvisa também destacou que a promessa de que os dispositivos ajudariam a reduzir o consumo de nicotina é falsa e enganosa. Pelo contrário: muitos usuários acabam usando os dois produtos ao mesmo tempo e desenvolvendo dependência dupla, o que dificulta ainda mais o abandono do vício.
Além disso, a facilidade de acesso e a variedade de sabores têm atraído adolescentes e jovens adultos, tornando o vape uma porta de entrada para o tabagismo precoce, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Proibição mantida, mas comércio ilegal resiste

(Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Mesmo com a proibição nacional, a venda clandestina continua ativa em várias cidades brasileiras, especialmente por meio de redes sociais e lojas disfarçadas.
A Anvisa reforça a necessidade de ações mais rígidas de fiscalização e campanhas educativas para combater o consumo, principalmente entre os mais jovens.
A agência também segue alinhada com as recomendações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que parabenizou a decisão brasileira e classificou os dispositivos eletrônicos para fumar como uma ameaça crescente à saúde pública na América Latina.
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