Tarifa inviabiliza 75% das exportações da indústria da música para os EUA, diz associação
Aumento nas tarifas compromete a competitividade da indústria nacional, e prevê que postos de trabalho sofrerão queda


MAELI PRADO – A tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros inviabilizará 75% das exportações da indústria brasileira da música para o mercado americano, segundo estimativa da Anafima (Associação Nacional da Indústria da Música).
De acordo com a entidade, a medida terá impacto principalmente sobre os segmentos em que há maior volume de vendas para os EUA, que são alto-falantes e equipamentos de áudio.
“O mercado americano representa um dos principais polos de consumo dos nossos produtos, e esse aumento tarifário compromete seriamente a competitividade da indústria nacional”, disse Daniel Neves, presidente da entidade.
A avaliação da associação é que as tarifas impostas pelos EUA causarão prejuízo duplo, já que a sobretaxa sobre produtos chineses poderá causar desvio de instrumentos musicais da China para o Brasil.
“Além de afetar nossas exportações, o tarifaço abre espaço para uma invasão ainda maior de produtos chineses no Brasil, num movimento de efeito rebote extremamente prejudicial à indústria local”, afirmou Neves.
Representantes da associação se reúnem nesta sexta-feira (1º) com o consulado dos Estados Unidos em São Paulo para tentar reverter a taxa sobre o setor.
“É essencial que entendam o peso que essa decisão terá para o nosso setor, que já enfrenta uma concorrência desleal e crescente dos produtos chineses”, disse o presidente da Anafima.
A previsão, segundo ele, é que o segmento de áudio terá uma queda de 10% no número de postos de trabalho. “A indústria nacional da música corre o risco de ser desvalorizada internacionalmente”, declarou. “Precisamos de uma resposta coordenada e urgente.”