Tarifaço de Trump coloca em risco mais de 5 mil empregos diretos em Anápolis, aponta Acia

Cidade tem mais de 114 mil empregos formais e setor industrial representa 28% do PIB local. Estimativa é de perda de até R$ 310 milhões por ano com a medida dos EUA

Samuel Leão Samuel Leão -
Tarifaço de Trump coloca em risco mais de 5 mil empregos diretos em Anápolis, aponta Acia
Imagem aérea do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Foto: Divulgação)

Um estudo técnico divulgado neste sábado (02) pela Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) revelou que a nova política tarifária do governo dos Estados Unidos pode causar sérios prejuízos à economia da cidade.

Embora cerca de 700 produtos brasileiros tenham sido excluídos da lista de sobretaxas após negociações diplomáticas, diversos itens industrializados estratégicos para Anápolis continuam sob a medida, com destaque para os setores farmacêutico, metalúrgico e alimentício.

As estimativas apontam para perdas diretas de faturamento que podem variar entre R$ 75 milhões e R$ 160 milhões por ano. Os impactos indiretos — que atingem transportadoras, fornecedores e o comércio local — podem ultrapassar R$ 150 milhões anuais. Ao todo, entre 2.800 e 5.200 empregos diretos estão em risco, além de outros 3.000 a 8.000 postos indiretos.

O relatório considerou dados recentes do mercado de trabalho formal, que indicam mais de 114 mil empregos ativos em Anápolis, sendo aproximadamente 30 mil deles no setor industrial. A estimativa é baseada no chamado fator de elasticidade emprego-faturamento, que mede o impacto de retrações no faturamento sobre a força de trabalho.

Mesmo com o alívio tarifário em alguns itens, como genéricos farmacêuticos, autopeças de reposição e alimentos básicos, produtos de maior valor agregado e com maior dependência do mercado externo ainda permanecem sobretaxados.

A indústria farmacêutica local, por exemplo, pode perder até R$ 60 milhões por ano. O setor automotivo, outros R$ 50 milhões. Já o alimentício pode enfrentar recuo de até R$ 20 milhões.

A Acia alerta que as perdas podem ser ainda maiores caso a situação se prolongue. Por isso, recomenda ações imediatas, como articulação diplomática com o Governo Federal, diversificação dos mercados-alvo da produção local e adoção de políticas industriais que promovam inovação e competitividade.

A entidade também sugere a criação de uma base de dados mais transparente e atualizada sobre o setor produtivo da cidade, para facilitar o planejamento de políticas públicas eficazes e a resposta a choques econômicos internacionais.

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