Mesmo com salários acima de R$ 90 mil, setor está com dificuldades em arrumar profissionais

As empresas oferecem altas remunerações, porém encontram dificuldade para preencher vagas tecnológicas

Magno Oliver Magno Oliver -
Mesmo com salários acima de R$ 90 mil, setor está com dificuldades em arrumar profissionais
Indústria Wirth Calçados Dois Irmãos (RS) (Foto: Miguel Ângelo/CNI)

Contratar profissionais qualificados está ficando cada vez mais difícil no Brasil. Assim, com a transformação digital acelerada, empresas de vários portes estão tendo que disputar talentos.

Assim, dados da Brasscom mostram que o setor de tecnologia no Brasil enfrenta uma dificuldade crescente para contratar profissionais qualificados, apesar de o setor de TI oferecer salários 3x acima da média nacional.

A realidade brasileira é que muitas vagas têm ficado abertas por longos períodos. Dessa forma, entre 2023 e 2025, são esperadas mais de 540 mil novas contratações, mas a formação disponível não supre essa demanda.

Mesmo com salários acima de R$ 90 mil, setor está com dificuldades em arrumar profissionais

E essa falta de talentos capacitados gera uma competição mutual entre as empresas, que acabam na necessidade de se destacar e oferecer benefícios financeiros e turbinando perspectivas de carreira vantajosas. A intenção se espalhou e não só as empresas de TI como no mercado financeiro a prática vem acontecendo com força.

A busca por empresas para reter talentos está chegando a patamares não imaginados. Dados da consultoria PageGroup mostram que 8 em cada 10 profissionais de finanças não querem mudar de emprego.

Assim, o estudo mostra que as principais razões são as frequentes contrapropostas salariais, benefícios maiores, promoções internas ou transferências de executivos para outras áreas internamente.

Dados do Ministério da Educação apontam que o Brasil forma cerca de 53 mil profissionais de TI por ano, mas estima-se uma demanda anual de 159 mil, resultando em um déficit crônico.

Além disso, muitos cursos universitários não atualizam currículos, deixando lacunas em competências técnicas de ponta.

O trabalho remoto tem atraído talentos brasileiros por empresas estrangeiras que pagam em dólar ou euro. Assim, mesmo com um mercado saturado de juniores e estagiários, faltam profissionais sênior com experiência ativa na área.

A consequência é que isso dificulta também a contratação de iniciantes, uma vez que há poucas lideranças internas para orientar e integrar todo mundo às equipes .

O LinkedIn mostra que mais de 1,6 mil posições estão abertas para áreas financeiras e as expectativas é que essas oportunidades aumentem cada dia mais. As grandes corporações estão atrás de profissionais que combinem expertises técnicas com habilidades de liderança inspiradoras.

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Magno Oliver

Magno Oliver

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Escreve para o Portal 6 desde julho de 2023.

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