Paciente ganha direito a indenização milionária após conseguir gravar equipe médica zombando dele

Caso virou exemplo de como o desrespeito em hospitais pode custar caro

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
Paciente ganha direito a indenização milionária após conseguir gravar equipe médica zombando dele
(Foto: Pexels)

Em 2015, um homem da Virgínia, nos Estados Unidos, acordou de um procedimento médico com algo mais do que o desconforto de uma colonoscopia: ele tinha em mãos uma gravação capaz de revelar um dos episódios mais constrangedores da medicina moderna.

Por descuido ou destino, seu celular permaneceu ligado durante toda a consulta, e captou cada segundo em que a equipe médica zombava dele enquanto estava sob efeito da anestesia.

Paciente ganha direito a indenização milionária após conseguir gravar equipe médica zombando dele

Segundo informações publicadas pela BBC News e pelo The Washington Post, o paciente havia deixado o aparelho no bolso apenas para gravar as orientações pós-cirúrgicas.

Mas, ao dar play depois, o que ouviu foi uma sucessão de piadas ofensivas e comentários cruéis sobre sua aparência, seus temores e até supostas doenças que não possuía.

A anestesiologista, conforme revelaram os jornais, chegou a ironizar o medo do homem de adormecer, enquanto outro profissional sugeriu falsamente que ele tinha uma infecção.

O caso, que rapidamente ganhou repercussão internacional, expôs um lado sombrio da rotina hospitalar — aquele que muitos pacientes preferem nem imaginar.

Indignado, o homem decidiu acionar a Justiça por difamação, negligência e danos morais.

E o tribunal não apenas reconheceu o abuso, como transformou o episódio em um marco sobre ética médica: o júri determinou o pagamento de uma indenização de US$ 500 mil (cerca de R$ 2,7 milhões na cotação atual), incluindo valores punitivos e compensatórios, segundo a CNN.

A repercussão foi imediata. Especialistas em direito médico, ouvidos pela NBC News, destacaram que o caso reforça a importância de condutas éticas e empáticas no ambiente hospitalar, especialmente quando o paciente está em seu momento mais vulnerável.

A gravação se tornou símbolo de um alerta global: por trás dos jalecos e das máscaras, o respeito continua sendo o principal remédio.

Hoje, quase uma década depois, o episódio segue sendo citado em aulas de ética médica nos Estados Unidos. E lembra, de forma contundente, que a confiança entre médico e paciente é tão delicada quanto uma anestesia, basta um comentário fora de lugar para colocar tudo a perder.

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Anna Júlia Steckelberg

Anna Júlia Steckelberg

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com Portal 6 desde 2021.

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