Brasileira cria aparelho capaz de acelerar a cicatrização de feridas em diabéticos e evitar amputações

Inovação da UnB une ciência, fé e tecnologia em um único propósito: curar

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
Brasileira cria aparelho capaz de acelerar a cicatrização de feridas em diabéticos e evitar amputações
(Foto: Captura de tela/Redes Sociais)

Na década de 1980, quando o Brasil ainda engatinhava em pesquisa biomédica, poucos poderiam imaginar que o látex — aquele mesmo retirado da seringueira e usado para fabricar luvas e preservativos — um dia se tornaria protagonista de uma revolução na medicina. Décadas depois, o material volta aos holofotes, agora como parte essencial de um projeto que promete mudar a vida de milhares de pessoas com diabetes.

Coordenado pela professora Suélia Rodrigues, pesquisadora do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e docente da Universidade de Brasília (UnB), o projeto Rapha é uma dessas ideias que unem ciência e humanidade. O dispositivo, que deve chegar ao mercado ainda neste semestre após aprovação da Anvisa, é capaz de acelerar a cicatrização de feridas em diabéticos e evitar amputações — uma complicação grave conhecida como “pé diabético”, responsável por cerca de 50 mil amputações por ano no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.

Brasileira cria aparelho capaz de acelerar a cicatrização de feridas em diabéticos e evitar amputações

O equipamento é simples, mas engenhoso. Ele combina lâminas de látex com emissores de luz LED, criando um ambiente ideal para a regeneração dos tecidos. De acordo com a Agência Brasil, o dispositivo pode ser usado tanto em hospitais quanto em casa, oferecendo uma alternativa segura e acessível para pacientes que sofrem com feridas crônicas.

A história do Rapha começou em 2005, ainda como tese de doutorado de Suélia. “Descobrimos que o látex possui propriedades que estimulam a regeneração tecidual”, contou a pesquisadora em entrevista ao Portal da UnB. Em 2009, o projeto ganhou nome e alma: Rapha, uma homenagem a São Rafael, o anjo da cura — símbolo da regeneração e da fé na ciência.

O produto será fabricado pela Life Care Medical, parceira da UnB que já obteve certificação do Inmetro e aguarda o registro final junto à Anvisa. A proposta vai além do avanço tecnológico: é também social e econômica. Segundo Suélia, os componentes são 100% nacionais, com bioativos extraídos da seringueira brasileira, o que fortalece a agricultura familiar e reduz custos.

Para a médica Camille Rodrigues da Silva, que acompanhou o processo regulatório, o diferencial do Rapha é sua acessibilidade. “Os tratamentos existentes são caros e pouco eficazes. O Rapha democratiza o acesso a uma tecnologia que pode transformar vidas”, afirmou ao site G1.

De um simples extrato vegetal ao que pode se tornar um marco na medicina nacional, o projeto prova que inovação e empatia, quando andam juntas, também cicatrizam feridas — e não só no corpo.

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Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO. Colabora com Portal 6 desde 2023.

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