“Faz” ou “fazem dez anos”? Saiba qual é o certo

O português tem suas particularidades, e essa construção segue uma regra específica que vale a pena entender de uma vez por todas

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
“Faz” ou “fazem dez anos”? Saiba qual é o certo
(Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

A Língua portuguesa está cheia de expressões que geram dúvidas até mesmo em quem escreve bem.

E uma das mais comuns é saber se o certo é dizer “faz dez anos” ou “fazem dez anos”.

Essa dúvida é típica porque, à primeira vista, o número parece pedir o plural.

No entanto, o português tem suas particularidades, e essa construção segue uma regra específica que vale a pena entender de uma vez por todas.

“Faz” ou “fazem dez anos”? Saiba qual é o certo

De acordo com o português, a forma correta é “faz dez anos”.

Isso porque o verbo “fazer”, quando usado para indicar tempo decorrido, é impessoal.

Em outras palavras, ele não tem sujeito. E se não há sujeito, o verbo deve ficar sempre no singular.

Portanto, o certo é dizer: “Faz dez anos que nos conhecemos” ou “Faz muito tempo que não o vejo”.

Mesmo que o tempo seja grande — dez, vinte ou cem anos —, o verbo continua no singular.

Quando usar “fazem”

Mas então, o verbo “fazem” nunca é usado?

No português, ele é usado sim, mas em outros contextos, quando o verbo “fazer” tem sujeito. Por exemplo:

– Eles fazem muito barulho.
– Os alunos fazem a lição de casa.
– As crianças fazem bagunça.

Nesses casos, o verbo concorda com o sujeito (eles, os alunos, as crianças).

Mas quando se trata de tempo, não há sujeito definido, e o verbo fica no singular: “faz”.

Exemplos para entender melhor

Para não errar mais, observe os exemplos abaixo:
– Correto: Faz três meses que ele se mudou.
– Incorreto: Fazem três meses que ele se mudou.
– Correto: Faz anos que não como isso.
– Incorreto: Fazem anos que não como isso.
A forma singular é a única aceita pela gramática do português nesses casos.

Por que o erro é tão comum

A confusão acontece porque muita gente associa o número ao verbo e pensa que deve haver concordância.

No entanto, quando falamos de tempo decorrido, o verbo “fazer” funciona como uma expressão impessoal, assim como “há” e “vai”.

Por exemplo, também dizemos “há dez anos” e não “hão dez anos”.

Essas estruturas mostram como o português tem suas próprias lógicas, e entendê-las ajuda a escrever e falar com mais segurança.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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