Fonte mais famosa de Roma recebe mais de R$ 8 milhões por ano em moedas jogadas por turistas; todo o valor é destinado ao combate à pobreza

Um ritual milenar faz turistas ajudarem os mais vulneráveis sem perceberem o impacto social

Magno Oliver Magno Oliver -
Fontana di Trevi em Roma
(Foto: Reprodução)

A Fontana di Trevi, um dos cartões-postais turísticos mais importantes de Roma, não é apenas palco de desejos de visitantes: ela também gera impacto social concreto de uma forma que muita gente não imagina. A fonte de desejos e pedidos considerada uma das mais visitadas do mundo.

Segundo dados da prefeitura de Roma, estima-se que cerca de 1,4 milhão de euros por ano, o equivalente a mais de R$ 8 milhões, sejam despejados nessa fonte por turistas em moedas improvisadas como promessas de retorno à Cidade Eterna.

Esse montante é recolhido periodicamente por equipes da empresa de serviços públicos romana ACEA, que varrem e aspiram as moedas com escovas e mangueiras especiais para preservar a fonte e ao mesmo tempo recuperar o valor.

Em seguida, esse dinheiro vai para a Caritas Italiana, uma entidade católica de assistência social, que canaliza os recursos para programas de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade: bancos de alimentos, refeitórios, abrigos, supermercados solidários e até serviços de saúde em regiões carentes.

A decisão de destinar esses fundos à Caritas data de lá de 2001, quando a prefeitura de Roma instituiu esse canal oficial para evitar desvios e garantir que a tradicional generosidade dos visitantes se convertesse em ajuda real.

Apesar da pressão ocasional para realocar esse dinheiro para os cofres públicos municipais, há resistências fortes, especialmente porque a Caritas utiliza parte significativa desses valores em projetos estruturais que beneficiam permanentemente a comunidade.

A Fontana di Trevi funciona como um símbolo duplo: por um lado, encanta com sua beleza barroca e lenda cinematográfica; por outro, transforma a fé e o ritual do visitante em recursos palpáveis para o combate à pobreza, uma tradição que mistura turismo, arte e solidariedade de forma impressionante.

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Magno Oliver

Magno Oliver

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Escreve para o Portal 6 desde julho de 2023.

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