O que havia em uma lata de salmão vencida há 50 anos surpreendeu cientistas

Lata esquecida por décadas revela parasitas preservados e ajuda pesquisadores a entender o equilíbrio do ecossistema marinho do Alasca

Isabella Valverde Isabella Valverde -
O que havia em uma lata de salmão vencida há 50 anos surpreendeu cientistas
(Foto: Ilustração/Freepik)

O que muitos descartariam sem hesitar acabou se transformando em uma janela rara para o passado. Uma lata de salmão processada no fim dos anos 1970 — e esquecida desde então — surpreendeu pesquisadores ao revelar informações valiosas sobre as condições do oceano no Alasca há meio século.

O achado faz parte de um estudo que analisou mais de 170 latas produzidas entre 1979 e 2021. Ao abrir uma das mais antigas, os cientistas não encontraram apenas peixe preservado, mas também um registro biológico impressionante: parasitas marinhos mantidos intactos ao longo de décadas.

O que havia dentro da lata antiga

Dentro da embalagem, estavam anisaquídeos — parasitas comuns em ambientes marinhos — preservados como se o tempo não tivesse passado. A presença deles, longe de indicar problema, se tornou peça-chave para entender a saúde do ecossistema da época.

Por que esses parasitas são um bom sinal

Em condições naturais, os anisaquídeos só completam seu ciclo em cadeias alimentares equilibradas. Sua presença aponta para um ambiente saudável, rico em diversidade e com espécies interagindo de forma estável.

O ciclo desses organismos ajuda a contar a história do oceano:

– Eles começam no krill.

– Depois seguem para peixes maiores, como o salmão.

– Finalizam o ciclo em mamíferos marinhos, onde se reproduzem.

Quando aparecem com frequência, indicam que essas etapas estão funcionando bem — algo essencial para manter a vida marinha em equilíbrio.

O que o estudo mostrou sobre o Alasca

A comparação entre as latas de diferentes épocas revelou um crescimento gradual na quantidade de parasitas preservados ao longo dos 40 anos analisados. Esse aumento pode estar relacionado a vários fatores, entre eles:

– Melhora na população de mamíferos marinhos, que completam o ciclo dos parasitas.

– Maior estabilidade do ecossistema regional.

– Influências das mudanças climáticas, que alteram a dinâmica dos oceanos.

Os pesquisadores pretendem aprofundar as investigações para entender melhor como esses padrões têm evoluído nas últimas décadas.

Há risco para o consumo humano?

Embora possam causar problemas quando ingeridos em peixes crus, esses parasitas não representam perigo em produtos enlatados. O salmão passa por cozimento completo durante o processamento, eliminando qualquer chance de contaminação.

Por que essa descoberta importa

A pesquisa mostra que até objetos triviais — como uma lata guardada no fundo de um depósito — podem carregar pistas importantes sobre a história natural. Cada embalagem analisada se torna uma espécie de arquivo biológico, revelando como o oceano muda e se adapta ao longo do tempo.

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Isabella Valverde

Isabella Valverde

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, com passagens por veículos como a TV Anhanguera, afiliada da TV Globo no estado. É editora do Portal 6 e especialista em SEO e mídias sociais, atuando na integração entre jornalismo de qualidade e estratégias digitais para ampliar o alcance e o engajamento das notícias.

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