Novo comportamento da Geração Z acende alerta entre especialistas sobre a forma como os pais estão criando os filhos
Especialistas apontam sinais de dependência excessiva e dificuldade de autonomia entre crianças e jovens

O comportamento da Geração Z tem chamado atenção de psicólogos, educadores e especialistas em desenvolvimento infantil. Muitos jovens e adolescentes demonstram dificuldade crescente em lidar com tarefas simples do cotidiano, dependendo mais dos pais para resolver situações básicas.
Essa tendência reacendeu debates sobre o papel da criação moderna e sobre o impacto da tecnologia, do medo da violência e das mudanças culturais na formação de crianças mais dependentes.
Embora não seja um fenômeno universal, o padrão aparece com frequência em escolas, universidades e ambientes profissionais.
Jovens que evitam tomar decisões, que se sentem inseguros diante de contratempos ou que precisam de orientação constante ilustram um comportamento que especialistas classificam como “infantilização prolongada”.
O tema ganhou força porque, para muitos analistas, o limite entre cuidado e superproteção está cada vez mais difícil de identificar.
Geração Z apresenta níveis mais altos de dependência emocional e prática
Um dos pontos mais citados pelos estudiosos é o aumento da dependência emocional. Muitos jovens relatam dificuldade em lidar com frustrações, tomar decisões sozinhos ou enfrentar situações sociais sem apoio direto dos pais.
Para psicólogos, esse padrão está ligado a um contexto de maior ansiedade e baixa tolerância ao erro, reforçada pela constante busca por validação nas redes sociais.
Além da parte emocional, há também a dependência prática. Tarefas como marcar consultas, resolver pequenos problemas domésticos, organizar documentos, preparar refeições simples ou conversar com um superior no trabalho se tornaram desafios maiores para parte dos jovens.
Educadores afirmam que, quando os pais resolvem tudo, os filhos crescem sem espaço para desenvolver autonomia.
Como a criação superprotetora pode limitar o desenvolvimento
A superproteção aparece como um dos fatores mais mencionados no debate. Pais que intervêm diante de qualquer dificuldade, mesmo as pequenas, acabam retirando dos filhos a chance de experimentar desafios adequados para a idade.
Sem essas experiências, a criança cresce sem desenvolver confiança nas próprias capacidades, o que pode gerar insegurança e dependência na vida adulta.
Outro efeito da criação superprotetora é a falta de responsabilidade gradual. Em algumas famílias, tarefas simples — como arrumar o quarto, participar de decisões domésticas ou administrar pequenas quantias de dinheiro — deixaram de fazer parte da rotina infantil.
Para especialistas, quando a criança não vivencia responsabilidades proporcionais à sua idade, ela chega à adolescência com menos preparo para lidar com situações reais.
Como a tecnologia e o estilo de vida moderno influenciam
O ambiente digital intensifica esse cenário. Muitos jovens cresceram usando aplicativos que resolvem problemas em segundos: pedem comida, chamam transporte, encontram respostas e evitam tarefas práticas.
Essa facilidade reduz a necessidade de aprender processos que exigiam atenção e planejamento. Psicólogos alertam que, quando tudo está a um clique de distância, a frustração se torna mais difícil de tolerar.
A pandemia também contribuiu para a mudança comportamental. Anos de ensino remoto, isolamento social e rotina restrita impactaram a maturidade emocional de crianças e adolescentes.
A dificuldade de socialização, somada ao medo de se expor, fez com que muitos jovens precisassem de apoio mais intenso dos pais — e essa dependência permaneceu mesmo após o retorno à normalidade.
Educação baseada em autonomia progressiva e tomada de decisões
Apesar das preocupações, especialistas lembram que o quadro pode ser revertido com ajustes na forma de educar. A recomendação é que pais incentivem a autonomia desde cedo, permitindo que os filhos resolvam pequenos desafios adequados à idade.
Situações como organizar o próprio material escolar, lidar com frustrações simples ou tomar pequenas decisões diárias ajudam a construir confiança.
Outro ponto importante é ensinar responsabilidade emocional. Ajudar a criança a nomear sentimentos, lidar com conflitos e entender que erros fazem parte do aprendizado fortalece a independência.
Com essas práticas, o jovem desenvolve habilidades que servem tanto para a vida pessoal quanto para a profissional, reduzindo a necessidade de depender dos pais para tudo.
Siga o Portal 6 no Google News fique por dentro de tudo!






