Meditar, auto-examinar, desconstruir e construir é vital.

Carlos Henrique Carlos Henrique -
Meditar, auto-examinar, desconstruir e construir é vital.

Silêncio. Reflexão. Concordância. Discordância. Perguntas. Respostas ou Silêncio. A vida é um sopro. A vida é um presente, e com ela vêm todas as cores, aromas, gostos, prazeres, desprazeres, dores, alegrias, tranquilidades, angústias, construções, desconstruções, crescimento, emurchecer, amor, indiferenças, guerra, paz.

A vida vai desenrolando num construir e desconstruir diário. Muitos se afeiçoam pela mediocridade, pela falsidade, pela revolta, pela insensatez, pelo endurecimento do coração onde ninguém vê – apesar de aparentar humildade de caráter – pela hostilidade, pelo fingimento, pela vaidade e arrogância que impede reconhecer quando se erra tornando a alma cheia de certezas, pelo não tornar atrás e pedir perdão, pelo descontentamento por coisas fúteis, pela falsa noção do que é certo e errado, desenvolvendo um indivíduo ignorante, que gira em torno de si mesmo e agressivo a qualquer mudança.

Outros aprendem nessa melodia que precisam crescer e olhar pra dentro de si interpretando-os com frieza desenvolvendo novas oportunidades de mudança, desconstruindo pra construir um ser amadurecido, mais sábio, mais humano, mais humilde, mais tratável, mais simples, mais singelo, sincero, coerente, bondoso e mais felizmente desenganado a respeito de si mesmo.

Nossas atitudes tanto para o bem quanto para o mal gerará resultados, e para que seja o bom, vai depender da resposta de cada um quanto ao que se está vivendo. Então porque continuar caminhando de forma tão visceralmente embrutecida pela vida, acaso ela não terá um fim? Todos nós experimentaremos em nossa existência todas as surpresas que nos reservam sendo elas boas ou más; porque nos ensoberbecer vivendo como se fôssemos dono do amanhã? Viver fugindo de todas as contradições que nos encaram na vida, não é a melhor escolha, ninguém é absoluto em suas previsões.

Muitas pessoas vivem no seu mundo em um engessamento incompatível com a vida, pois ela sempre nos trás emoções nunca antes sentidas, construindo o seu ideal de mundo numa redoma em volta de si intransponível, para que nada mude seu comportamento que idealizou, alguns questionam: estaria eu enganado a respeito de mim mesmo?

Ainda não entendemos que pra se ganhar a vida se faz necessário abrir mão muitas vezes até da nossa justiça própria para experimentar a paz. E se a escolha for abrir mão, então comece por sua auto-afirmação nociva. É sondando-nos conscientemente que aprendemos que não somos tão bonzinhos assim.

Necessitamos aprender a ganhar e perder, abrir mão de direitos e muitas vezes se calar, ser pacífico e enfrentar as guerras – que muitos nos propõe – com dignidade e apaziguamento, encarar todas as incoerências e assim vamos desconstruindo-nos e construindo, amadurecendo e gerando frutos de paz, arrependendo, pedindo perdão e liberando perdão, num caminhar em silêncio a procura da mudança de pensamentos que gera consequentemente frutos de esperança e amor, nos apurando e nos erguendo das cinzas.

Caminhando e encontrando novas percepções de vida, encontraremos o contentamento mesmo descontente, enquanto a vida se vai. Se não for nesse contexto de desconstruir e construir, seremos sempre engolidos por nossa vã vaidade, alienados e engessados a despeito de nós mesmos, existindo sempre sem a consciência de que pra além daqui há algo que nos espera.

Deniza L. Zucchetti é escritora nas horas vagas e mãe em período integral. Escreve todas as segundas-feiras.

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