Entenda “multas em massa” que estão acontecendo em rua de Anápolis
Motoristas têm sido surpreendidos diariamente com nova regra, causando transtorno para desavisados
Motoristas que passam pela rua Benedito Borges de Almeida, em Anápolis, têm enfrentado uma dor de cabeça constante há pelo menos três meses, desde que novas regras impostas pela Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) restringiram o estacionamento no lado esquerdo da via.
Desde então, multas são aplicadas diariamente nos veículos desavisados, causando estresse para condutores e comerciantes da região.
Ao Portal 6, uma empresária que possui uma loja no local e preferiu não se identificar, afirmou que as mudanças têm tornado os dias cada vez mais caóticos, afetando negativamente todos os envolvidos.
“Aqui é uma rua bem movimentada, principalmente no sentido Avenida São Francisco para o Parque Ipiranga, e congestiona principalmente quando os alunos de um colégio particular são liberados”, apontou a comerciante, em entrevista à reportagem.
Devido ao movimento de automóveis nas proximidades da instituição, a rua — que possui trânsito em mão dupla — tem um fluxo muito intenso apenas em um dos lados, o que leva condutores a estacionarem em ambos os sentidos, acreditando que estão corretos.
“De 100 carros, só uns dois vêm no outro sentido, então eles pensam que é mão única e acabam estacionando ao contrário. Aqui em volta é muito ruim de estacionamento, não tem onde parar, então precisam parar ali mesmo”, disse.
Segundo a empresária, as placas que indicam a proibição estão viradas para o lado oposto, fazendo com que os motoristas não percebam a nova regra.
Além das placas
O problema não se restringe aos motoristas desavisados, afetando também os comerciantes da região, que ficam impossibilitados de trabalhar no local.
“Já multaram o carro da minha empresa porque fiquei sem ter onde estacionar. Os fornecedores não têm onde parar para fazer as entregas, e nem eu consigo receber meus produtos”, reclamou a empresária.
“A CMTT distribui multas a torto e a direito. Hoje, multaram todos os meus clientes que estavam aqui na porta”, completou, indignada.
Solução
À reportagem, a empresária afirmou que já fez duas solicitações à CMTT, mas a resposta em ambas foi a mesma: que “iriam avaliar as alegações”.
“A lógica seria deixar em sentido único para quem desce para o Parque Ipiranga, e não proibir o estacionamento. Se a rua tivesse um movimento no sentido contrário, eu ficaria calada, faria sentido, mas isso não é justificado”, enfatizou.
O que diz a Prefeitura?
Ao Portal 6, a CMTT informou que a proibição de estacionamento foi uma solicitação dos próprios moradores da região, que alegaram que a rua é muito estreita, e estaria atrapalhando o fluxo nos dois sentidos.
Diante disso, a empresa sustentou que as penalidades foram aplicadas de forma correta e que as placas foram aplicadas adequadamente, seguindo o Código Brasileiro de Trânsito.
Confira a nota na íntegra:
“A Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT) informa que a alteração foi uma solicitação dos próprios moradores da região, uma vez que parte da via, onde houve a proibição de estacionamento é estreita para o fluxo de veículos. A medida foi tomada para minimizar os impactos e garantir a permanência do fluxo em dois sentidos.
Como foi questionado pela própria reportagem, as pessoas têm conhecimento das placas, que por obrigação devem estar voltadas para o sentido do fluxo. Não existe qualquer sinalização — horizontal e vertical — que indiquem que a via é mão única. As multas cabem, portanto, conforme definido pelo Código Brasileiro de Trânsito, a qualquer condutor que descumprir as normas.”