O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou nesta terça-feira (19) que Washington reconhece a vitória de Edmundo González na eleição presidencial da Venezuela, ocorrida em julho.
González foi o adversário do ditador Nicolás Maduro, proclamado vencedor pelo órgão eleitoral venezuelano, controlado pelo chavismo.
Diplomata aposentado, ele saiu do anonimato ao ser ungido candidato da oposição após o regime ter inabilitado María Corina Machado, principal figura da oposição.
O candidato opositor foi convocado a depor repetidas vezes até que, em setembro, foi declarado alvo de um mandado de prisão, acusado de conspiração, usurpação de funções, incitação à rebelião e sabotagem
As imputações se referem à iniciativa da oposição de divulgar as atas de votação do pleito na internet. Equivalentes aos boletins de urna brasileiros, essas atas têm como função garantir a lisura do processo eleitoral, e sua veiculação está prevista na lei venezuelana.
De acordo com os documentos tornados públicos, que segundo o grupo adversário do regime correspondem a 80% do total de atas geradas no pleito, González teria vencido a eleição presidencial com mais 67% dos votos, contra 30% de Maduro.
A ditadura afirma que Maduro foi o vencedor da disputa, tendo sido reeleito com 52% dos votos contra 43% de González, e que as atas divulgadas pela oposição são falsas. Mas não divulgou os documentos oficiais, a despeito de ampla pressão internacional.
Além disso, uma série de organizações internacionais que realizou checagens independentes das atas divulgadas no endereço eletrônico atestou que elas são verdadeiras.