Criança entre a vida e a morte consegue transplante após pedido negado pela Unimed Goiânia
Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) recorreu na Justiça para obrigar a instituição a voltar atrás


Gustavo Campos, de 7 anos, vive uma corrida contra o tempo para sobreviver. Diagnosticado com miocardite e insuficiência cardíaca, o menino, que mora em Goiânia, precisa urgentemente de um transplante de coração.
Porém, ao solicitar o procedimento através do plano de saúde Unimed Goiânia, a família do garoto teve o pedido negado, sem justificativa. Diante da situação, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) recorreu na Justiça para obrigar a instituição a voltar atrás.
A decisão favorável saiu em caráter de urgência no sábado, 10 de maio, um dia após a Defensoria acionar o Judiciário durante o plantão. O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou que a Unimed custeie integralmente o transplante e os insumos necessários, sob pena de multa caso a ordem seja descumprida.
Segundo a família de Gustavo, tudo começou quando, no dia 12 de março, o garoto passou a sentir dores abdominais e tosse, sendo levado ao pronto-socorro.
O quadro se agravou rapidamente, e exames revelaram a inflamação nos músculos do coração, o que comprometeu o bombeamento de sangue.
“Quando a gente descobriu, foi desesperador. Porque eu sou enfermeira e vejo muitos casos em que prognósticos assim não são bons”, contou Bárbara.
Após o diagnóstico, Gustavo foi transferido para um hospital em São Paulo, onde os médicos recomendaram o transplante imediato. A família então solicitou a autorização ao plano de saúde, mas recebeu uma negativa sem justificativa.
A defensora pública Michelle Bitta Alencar, da 2ª Defensoria Especializada de Atendimento Inicial em Saúde da Capital, tentou resolver o caso de forma extrajudicial, mas a Unimed alegou que precisava de 20 dias úteis para analisar a demanda — tempo que Gustavo não tinha.
Sem alternativa, a DPE-GO entrou com uma Ação de Obrigação de Fazer. No pedido, a defensora argumentou que a recusa é ilegal, já que a cobertura do plano deve incluir todas as doenças reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde.
Internado desde março em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Gustavo segue em tratamento medicamentoso. Segundo a mãe, na última semana o quadro clínico piorou, com queda nos níveis de oxigênio no corpo. Os médicos passaram a considerar o uso de coração artificial enquanto o transplante não é realizado.
Com a decisão judicial, a Unimed fez contato com a família e afirmou que irá cumprir a determinação. Gustavo agora aguarda os próximos passos. “Se a gente precisar chegar lá, significa muito mais do que esperança, significa a vida do meu filho”, declarou a mãe.
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