Síria e Israel entram em acordo de cessar-fogo após conflitos étnicos
Confrontos ocorrem entre grupos étnicos sírios, mas militares de Israel e Síria intervieram


SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Acordo de cessar-fogo entre Síria e Israel foi confirmado na manhã deste sábado (19), após confrontos entre diferentes grupos étnicos deixarem mais de 700 mortos no sul da Síria. O acordo tenta evitar uma guerra regional e conter o colapso humanitário na região.
Síria e Israel chegaram a acordo com apoio dos EUA, Turquia e Jordânia. A trégua foi confirmada pelo presidente interino sírio Ahmed al-Sharaa e pelo enviado dos EUA Tom Barrack.
Os confrontos ocorrem entre grupos étnicos sírios, mas militares de Israel e Síria intervieram. Israel chegou a bombardear Damasco e alvos no sul da Síria. Segundo a Reuters e AFP, a justificativa foi proteger os drusos, minoria étnica presente também em território israelense. Já o governo da Síria enviou tropas para o sul do país em tentativa de encerrar os conflitos.
Diplomata americano convocou todos os grupos armados na região a deporem armas. Em publicação na rede social X, Barrack defendeu “uma nova identidade síria unida”.
Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio classificou a situação como ‘terrível’. Ele ainda afirmou que o cessar-fogo é fruto de um esforço diplomático para conter uma escalada regional.
MASSACRE SECTÁRIO ENTRE BEDUÍNOS E DRUSOS
Conflito começou no dia 13 de julho em Sueida, no sul da Síria. Os combates envolveram tribos beduínas e grupos da minoria drusa, segundo a agência de notícias RFI.
Mais de 700 pessoas foram mortas em seis dias de enfrentamentos. O número foi informado pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Grupos sunitas se uniram aos beduínos contra os drusos. Forças do governo sírio foram acusadas de apoiar os ataques, conforme testemunhas relataram à AFP.
Israel interveio militarmente após denunciar risco à minoria drusa. A ação incluiu bombardeios em Damasco e Sueida, segundo a agência de notícias DW.
Cruz Vermelha e ONU alertaram para o colapso humanitário em Sueida. Casas, lojas e carros foram incendiados, além de hospitais lotados, falta de água e medicamentos e até apagões foram registrados.
Mais de 80 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas. O dado é da OIM (Organização Internacional para as Migrações).
ONU exige investigação rápida e responsabilização pelos crimes. O pedido foi feito pelo alto comissário Volker Türk, segundo a RFI.