Israel anuncia reabertura permanente de passagem na Faixa de Gaza um mês após início de cessar-fogo

Todo o material humanitário que atravessar será submetido a controles rigorosos antes de ingressar no território palestino

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Israel anuncia reabertura permanente de passagem na Faixa de Gaza um mês após início de cessar-fogo
Faixa de Gaza. (Foto: Captura de Tela/Youtube/Metrópoles)

Criticado devido ao bloqueio e restrições à entrada de suprimentos na Faixa de Gaza mais de um mês após o início do cessar-fogo, o governo de Israel anunciou nesta quarta-feira (12) a reabertura da passagem de Zikim, no norte do território palestino, para permitir a entrada de caminhões com ajuda humanitária fornecida pela ONU e por outras organizações internacionais.

O órgão israelense Cogat, vinculada ao Ministério da Defesa e responsável pela coordenação de assuntos civis nos territórios palestinos, divulgou que a passagem funcionará “de forma permanente”, assim como a de Kerem Shalom, no sul de Gaza, principal ponto de entrada dos suprimentos desde o início da guerra, em outubro de 2023.

Todo o material humanitário que atravessar Zikim será submetido a controles de segurança rigorosos antes de ingressar no território palestino, ainda de acordo com o Cogat. A operação, acrescentou o órgão israelense, ocorrerá “em conformidade com uma diretriz do escalão político”.

A decisão de reabrir a passagem foi tomada após alertas sobre a escassez de alimentos e o agravamento da crise humanitária na região. Agências da ONU vinham pressionando Israel havia meses pela reabertura do acesso, fechado desde 12 de setembro. O Programa Mundial de Alimentos, das Nações Unidas, disse que, desde então, não conseguia levar carregamentos ao norte de Gaza, uma área em situação ainda mais crítica e impactada pela destruição, pela fome e pela dificuldade de transporte interno.

Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, a reabertura é crucial para acelerar a entrega de suprimentos às populações mais vulneráveis. “A abertura de passagens diretas ao norte é vital para garantir que ajuda suficiente chegue às pessoas o mais rápido possível”, enfatizou a entidade em relatório recente.

Trabalhadores humanitários afirmam, no entanto, que as restrições impostas por Israel e os procedimentos de inspeção continuam dificultando o envio de produtos essenciais. Além disso, a devastação da infraestrutura em Gaza e o risco de saques tornam o transporte interno difícil.

Em agosto, uma entidade vinculada à ONU reiterou que o norte de Gaza enfrentava condições de fome generalizada, enquanto o Cogat rejeitou a avaliação. Com a reabertura de Zikim, a expectativa é de que o fluxo de ajuda aumente.

Gaza continua sob bloqueio imposto por Israel e, mesmo com o cessar-fogo iniciado em 10 de outubro, tem sido bombardeado pelas forças israelenses. O Estado judeu acusa o grupo terrorista Hamas de desrespeitar o pacto e justifica as ações com o argumento de legítima defesa. Autoridades palestinas, por sua vez, dizem que Tel Aviv não tem interesse pela paz na região.

Imagens de satélite analisadas pela BBC Verify, a equipe de checagem de fatos da rede britânica, mostram que Israel destruiu mais de 1.500 edifícios em áreas de Gaza que permaneceram sob seu controle desde o início do cessar-fogo.

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