Incêndio em conjunto residencial de Hong Kong mata ao menos 55, e polícia prende três
Ainda não há informações sobre as causas das chamas. 279 pessoas ainda estão desaparecidas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 55 pessoas morreram e outras 45 estão em estado grave após um incêndio atingir várias torres de um complexo residencial no distrito norte de Tai Po, em Hong Kong, nesta quarta-feira (26). A polícia disse ter prendido três pessoas acusadas de homicídio culposo relacionado ao incêndio.
Segundo o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, 279 pessoas estão desaparecidas. Ainda não há informações sobre as causas do incêndio, e uma força-tarefa foi designada para investigar a ocorrência.
O Corpo de Bombeiros disse ter recebido relatos de que um incêndio havia começado em Wang Fuk Court, o complexo habitacional composto por oito blocos, com quase 2.000 unidades residenciais, próximo à divisa do território autônomo chinês com o restante da China. O complexo residencial é parte de um programa de subsídios para casa própria do governo local e foi inaugurado em 1983.
As chamas foram controladas em todas as torres na manhã desta quinta (27) em Hong Kong, noite de quarta em Brasília. Questionados sobre a demora para controlar o incêndio, bombeiros afirmaram em uma entrevista coletiva que trabalhar à noite impõe perigos extras para o resgate.
A polícia informou que, além de os prédios estarem cobertos com telas de proteção e plástico que não atendiam aos padrões de segurança contra incêndio, as janelas de uma construção não afetada estavam seladas com um material de espuma instalado por uma construtora que realizava trabalhos de manutenção.
“Temos motivos para acreditar que os responsáveis da empresa foram extremamente negligentes, o que levou a este acidente e fez com que o fogo se alastrasse descontroladamente, resultando em um grande número de vítimas”, disse Eileen Chung, superintendente da polícia de Hong Kong. Os três presos sob suspeita de homicídio culposo pelo incêndio trabalhavam na construtora, segundo ela.
Apesar disso, a causa do incêndio ainda não foi determinada, mas acredita-se que tenha sido alimentado por andaimes de bambu. Hong Kong é um dos últimos lugares do mundo que ainda usa o material para esse tipo de estrutura de construção civil. Citando questões de segurança, o governo anunciou em março deste ano o início de uma eliminação gradual do bambu em andaimes.
Embora o risco de chamas não tenha sido citado como motivo para a medida, houve pelo menos três incêndios envolvendo andaimes de bambu este ano, segundo a Associação para os Direitos das Vítimas de Acidentes de Trabalho em Hong Kong.
Trata-se do incêndio mais mortal na cidade desde em novembro de 1996, quando chamas causadas por uma soldagem durante reformas internas em um prédio comercial no distrito de Kowloon mataram 41 pessoas. Na época, uma investigação resultou em amplas atualizações nos padrões de construção e nas normas de segurança contra incêndio em prédios comerciais, lojas e residências.
O líder chinês, Xi Jinping, pediu um “esforço total” para extinguir o incêndio e minimizar vítimas e prejuízos, informou a emissora estatal CCTV.
O Departamento de Transportes de Hong Kong informou que, devido ao incêndio, uma seção inteira da rodovia de Tai Po foi interditada, e os ônibus estão sendo desviados. Além disso, pelo menos seis escolas permaneceram fechadas nesta quinta devido ao congestionamento, segundo o Departamento de Educação da cidade.
Os preços exorbitantes dos imóveis em Hong Kong são um fator de descontentamento social na cidade, e a tragédia do incêndio pode acirrar ainda mais o ressentimento contra as autoridades às vésperas das eleições legislativas municipais no início de dezembro.
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— Portal 6 (@portal6noticias) November 27, 2025




